Análise dos principais fatores relacionados à evolução e à resposta terapêutica no câncer de mama correlacionados aos desfechos clínicos em pacientes de um hospital universitário de referência
Resumo
O presente estudo teve como objetivo descrever os fatores prognósticos e preditivos
do câncer mama e a correlação destes com os desfechos clínicos observados, em
pacientes tratadas cirurgicamente, no Hospital Universitário de Santa Maria, no
período de 1999 a 2009. O estudo foi retrospectivo, observacional, transversal e
analítico. Os dados foram obtidos por meio da revisão dos prontuários das pacientes
junto ao setor de Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME). Foram incluídas
na amostra pacientes com diagnóstico de patologia maligna da mama, do sexo
feminino, sem metástases à distância no momento do diagnóstico e tratadas
cirurgicamente no HUSM. Foram excluídos pacientes com diagnóstico de carcinoma
in situ da mama, pacientes do sexo masculino, pacientes com metástases no
momento da cirurgia, pacientes com outro câncer concomitante, pacientes com
tratamento cirúrgico antes de 1999, pacientes com menos de 60 meses de
seguimento, pacientes transferidos após o tratamento e pacientes com diagnóstico
de tumor phyllodes maligno. No período, identificaram-se 411 casos, sendo 136
deles excluídos. No total, 275 casos foram incluídos no estudo, sendo que a
classificação em subtipos moleculares foi possível em 185 casos. Os resultados
encontrados foram: média de idade ao diagnóstico de 53,13 anos; média de
tamanho tumoral na avaliação da patologia de 2,91 cm; 86,18% do tipo carcinoma
ductal invasivo; 57,45% grau histológico 2; 60 casos de tumores luminais puros e
196 pacientes nos estádios I e II (estadiamento patológico); 205 pacientes
apresentavam-se com doença sem atividade; foram relatados 45 óbitos, sendo que
em 33 deles a causa foi o câncer de mama. Não foi possível a comparação da
maioria das variáveis entre os grupos. Foi observada diferença entre os grupos no
grau histológico e no KI-67. Sugere-se a elaboração de estudo prospectivo, com
protocolo próprio, para adequada descrição destes fatores, o que permitirá analisálos
e compará-los entre os subgrupos de pacientes. O esforço para o conhecimento
do perfil e da evolução da neoplasia maligna da mama pode auxiliar na
individualização do tratamento, ajustando-o para cada caso.