Adaptação de próteses auditivas em adultos e idosos em um programa de atenção à saúde auditiva
Fecha
2010-03-04Primeiro membro da banca
Bortholuzzi, Sônia Maria Fighera
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Objetivos: analisar os principais aspectos do Programa de Atenção à Saúde Auditiva da UFSM, pesquisar os possíveis fatores que interferem na adaptação efetiva das próteses auditivas, além de avaliar o desempenho e a satisfação dos indivíduos com o uso das mesmas. Métodos: avaliou-se 67 indivíduos adaptados há mais de um ano, residentes na cidade de Santa Maria. Realizou-se uma anamnese, considerando a qualidade da adaptação, o uso efetivo das próteses auditivas e dificuldades encontradas neste processo. Destes 67, 49 sujeitos com perda auditiva do tipo neurossensorial ou mista, de grau leve a severo na melhor orelha, divididos em grupos de adultos e idosos, foram submetidos à pesquisa dos Limiares e Índices Percentuais de Reconhecimento de Sentenças no Silêncio e no Ruído (LRSS e LRSR, IPRSS e IPRSR), em campo livre, através do teste Listas de Sentenças em Português; e ao questionário de satisfação, International Outcome Inventory for Hearing Aids (IOI-HA). Realizou-se os testes na mesma sessão, em dois momentos distintos, sendo o primeiro, sem o uso das próteses auditivas (LRSS e LRSR, IPRSS e IPRSR) e o segundo, usando as mesmas (IPRSS e IPRSR). Resultados: Os principais resultados evidenciaram que a maioria apresentou perda auditiva do tipo neurossensorial (101 orelhas 75,4%) de grau moderado e moderadamente severo (95 orelhas 70,9%). O tipo de prótese mais utilizado foi o retroauricular (64 indivíduos - 95,5%), tendo sido escolhida a tecnologia B em 30 indivíduos (44,8%), com adaptação bilateral em 60 indivíduos (89,6%). Oito adultos (47,1%) e 20 (40%) idosos relataram usar diariamente ambas as próteses auditivas, sendo que 15 adultos (88,2%) e 31 idosos (62%) relataram usar de 5 a 12 horas diárias. A maioria dos indivíduos não referiu problemas, no entanto as principais queixas quanto aos moldes foram: desconforto físico, tubos rachado/ressecados, inserção/remoção, moldes frouxos e efeito de oclusão, enquanto que, as principais queixas clínicas em relação ao uso das próteses auditivas foram: compreensão da fala no ruído, chiado, amplificação insuficiente e desconforto para sons fortes. Com relação ao desempenho, houve diferença significante em ambos os grupos, nas medidas obtidas no silêncio. Apesar de o desempenho dos usuários na presença de ruído não ter apresentado melhora significante, os pacientes apresentaram respostas satisfatórias no questionário. Comparando a satisfação e o desempenho dos usuários adultos e idosos, não se observou diferença significante. Conclusões: estudou-se apenas metade dos indivíduos selecionados, evidenciando certo afastamento de pacientes do programa, após a doação das próteses auditivas. Constatou-se que a maioria dos indivíduos faz uso diário das próteses auditivas e relatou usar entre 5 a 12 horas diárias. As queixas relatadas são de fácil solução, ratificando a importância do acompanhamento no processo de adaptação. Além disso, a melhora significante do desempenho no silêncio vai ao encontro do relato dos pacientes, os quais referem pouca dificuldade nessa situação. O questionário evidenciou que em ambos os grupos, a maioria referiu fazer uso efetivo das próteses auditivas e considerou ter um benefício muito satisfatório. Apesar de uma parcela significativa referir dificuldade moderada ou bastante dificuldade residual, a grande maioria considerou que o uso das próteses auditivas vale muito ou bastante a pena. Os questionários de auto-avaliação auxiliam no controle do desempenho dos usuários durante o processo de adaptação das próteses auditivas.