O equilíbrio e o medo de sofrer quedas em pacientes portadores da doença pulmonar obstrutiva crônica
Abstract
O equilíbrio corporal caracteriza-se por ser uma das funções mais importantes do organismo
e está diretamente associado à qualidade de vida do indivíduo. Assim, tendo em vista o fato da
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ser uma enfermidade que, além das alterações
pulmonares, acarreta inúmeros comprometimentos sistêmicos, principalmente com relação ao
descondicionamento físico, fraqueza muscular com prováveis influências no equilíbrio, torna-se de
extrema importância a identificação criteriosa das implicações desta doença relativas à estabilidade
corporal. Dessa forma, este estudo teve como objetivo de avaliar equilíbrio corporal e o medo de
sofrer quedas de indivíduos portadores de DPOC e estabelecer a comparação com indivíduos da
mesma faixa etária, não portadores da doença. O grupo de estudo foi composto de 29 indivíduos
portadores da doença com média de idade 64,72 ± 7,67 anos e, o grupo controle, de 24 indivíduos
com média de idade 63,58 ± 8,17 anos. Para avaliação do equilíbrio e mobilidade funcional, os
pacientes foram submetidos à Posturografia Dinâmica Foam Laser, Timed Up and Go Test (TUG) e
Escala de Equilíbrio de Berg (EEB); ainda para avaliar a limitação funcional resultante da dispneia
nos doentes, aplicou-se a Escala de Medical Research Concil (MRC). Foi determinada também a
existência de medo relacionado a quedas, por meio da utilização da Falls Efficacy Scale-International-
Brasil (FES-I-BRASIL). Os dados foram submetidos à análise estatística pelo programa Statistical
Analisys System (SAS) 9.2. Foi utilizado o teste Mann-Whitney para comparação entre os grupos. O
nível de significância considerado foi de 0,05. Observou-se que nas avaliações realizadas por meio
da Posturografia Dinâmica Foam Laser, não existiram diferenças significantes entre os grupos,
independentemente do grau de evolução da doença. Já quando comparados os resultados das
avaliações TUG e da EEB houve diferença significante entre os grupos, evidenciando pior
desempenho dos doentes. Ainda, este mesmo grupo, foi o que apresentou piores escores
relacionados ao medo de cair, quando avaliados pela FES-I-BRASIL. A partir deste estudo conclui-se
que indivíduos portadores da DPOC apresentam alterações no equilíbrio corporal e acentuado medo
relacionado à ocorrência de quedas.