Registros de representação semiótica mobilizados no estudo de sistemas lineares no Ensino Médio
Date
2015-08-21Metadata
Show full item recordAbstract
Esta pesquisa objetivou investigar o estudo de sistemas lineares por meio da coordenação
das representações semióticas no 2º ano do Ensino Médio, em um Colégio de São Sepé/RS,
durante o ano letivo de 2014. Para tanto, adota-se como instrumentos de coleta de dados o volume
2, do livro didático Novo Olhar Matemática (SOUZA, 2010), os registros dos cadernos de
Matemática dos alunos de cada uma das seis turmas de 2° ano do Colégio e os protocolos de três
sequências de atividades desenvolvidas junto aos cento e vinte e seis alunos que compõem essas
turmas. Desse modo, toma-se, como referencial metodológico, as orientações da pesquisa
qualitativa na forma de estudo de caso (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) seguido pelos princípios da
análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Como resultado da análise do livro didático, destacamos
que 16,97% das questões propostas pelo livro envolverem, exclusivamente, tratamento no registro
algébrico e 3,57%, no registro da língua natural. Já a conversão se fez presente em 79,46% das
atividades e explorou uma diversidade maior de registros, de partida quatro, intermediários oito e
de chegada seis, sendo que 92,13% das atividades de conversão mobilizaram, em algum
momento, o registro algébrico, 27,91%, o registro da língua natural e, em apenas 9,17%, o registro
gráfico. A análise realizada nos cadernos dos alunos revelou que os dois professores privilegiaram
o registro algébrico tanto nas atividades que requerem tratamento quanto nas de conversão. Entre os demais sistemas representacionais tomados pelos dois docentes como registros de partida, identificamos o registro algébrico na representação simbólica e o da língua natural pelo Profα e o
registro algébrico na representação simbólica e o algébrico na representação matricial pelo Profβ.
Quanto ao registro gráfico, com exceção de apenas uma turma, foi contemplado de forma tímida
em algumas das atividades propostas a todas as demais turmas, porém restringiu-se ao sistema
2x2. Por meio das sequências de atividades, evidenciamos que, ao realizarem tratamento no
registro algébrico, os alunos se sentiam mais seguros e confiantes do que nas atividades que
requerem tratamento em outro sistema representacional. Já as conversões envolvendo o registro
gráfico também nos possibilitaram verificar que muitos alunos não identificavam as variáveis
visuais pertinentes que relacionavam registro algébrico e gráfico; mostraram não ter nitidez sobre
a representação de um par ordenado no plano bidimensional ao escrevê-lo no registro algébrico na
representação simbólica; e não possuíam clareza quanto ao conceito de proporcionalidade e,
consequentemente, de combinação linear ao analisarem os coeficientes das incógnitas e dos
termos independentes por meio do registro algébrico na representação tabular. Além disso, foi, a
partir da argumentação no registro da língua natural, que confirmamos que os alunos não
identificavam as variáveis visuais pertinentes e também não possuíam clareza quanto à
nomenclatura a ser adotada para se referirem aos objetos que compõem o registro gráfico. Desse
modo, almejamos que nosso trabalho tenha contribuído para que mais pessoas tenham uma visão
de como ocorre o estudo de sistemas lineares e como a mobilização de diferentes sistemas
representacionais promove a identificação de aspectos inerentes a esse objeto matemático.