Avaliação da integralidade na rede de atenção primária à saúde em municípios do interior do RS
Resumo
Dissertação de mestrado integrante do projeto matricial PCATool (Primary Care Assessment Tool): Avaliação da atenção primária na 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do estado do Rio Grande do Sul (4ª CRS/RS) , na qual foi desenvolvida uma pesquisa avaliativa da integralidade nos serviços de Atenção Primária à Saúde de 32 municípios pertencentes a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul, na versão adulto. De acordo com a Lei 8.080/90, a integralidade se caracteriza como um composto e incessante das ações e ofícios preventivos e curativos, coletivos e individuais, estabelecidos em toda a densidade tecnológica do sistema de saúde. Questão norteadora: quais são os escores da integralidade na rede de atenção primária à saúde da 4º Coordenadoria Regional de Saúde/RS? Objeto de estudo: avaliação da integralidade na Atenção Primária à Saúde por adultos ≥18 anos em municípios da 4ª CRS/RS. Objetivo do estudo: medir a presença e extensão do atributo da integralidade na APS a partir da apçicação do instrumento PCATOOL-Brasil versão adulto nos municípios pertencentes da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde/RS. Metodologia: Pesquisa de abordagem quantitativa com delineamento transversal. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a agosto de 2015 nos serviços de APS nos municpios integrantes a 4ª CRS/RS. A população do estudo contemplou adultos maiores de 18 anos que realizam atendimento junto a porta da Atenção Primária à Saúde, totalizando 1076 uduários adultos. A coleta dos dados por meio de entrevistas com utilização de tablet, com aplicação do PCATool-Brasil versão adultos. Os dados foram exportados e organizados no softwere Epi Info versão 7.0 e calculados no programa Statistical Analysis System (SAS) versão 9.0. O projeto matricial foi submetido e aceito pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria, com número do CAAE: 34137314.4.0000.5346 em 14/08/2014. Foram respeitados os aspectos éticos das pesquisas com seres humanos, seguindo a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados são compostos por dois artigos publicáveis que foram submetidos à revistas científicas, o primeiro artigo aponta que a integralidade baseia-se no acolhimento, humanização em abordagem com o usuário, cuidado integral que os usuários recebem da equipe multiprofissional, processo de referência e contrarreferência e criação de vínculo com o usuário. Em sua totalidade, os artigos foram classificados como nível de evidência 6. No segundo artigo, foram entrevistados 1076 usuários adultos, e verificado mediante perfil socioeconômico que 76.30% dos usuários são do sexo feminino, 43.97% estão na faixa etária de 18 a 38 anos, a situação conjugal que prevaleceu é casada com 41.88% e 69.40% se autodeclararam de cor branca. Os participantes relatam que o meio de transporte mais utilizado para chegar até a APS é a pé 59.79%. Quanto a formação, a maioria 55.13% declarou ter realizado o ensino fundamental completo e/ou incompleto, destes 74.07% não possuem plano de saúde privado, prevalecendo os indivíduos que não possuem carteira de trabalho assinada, com 72.85%, quanto a renda familiar a maioria 42.63% declarou receber de 1 a 2 salários mínimos. Conclusão: Embora a APS seja indispensável para a efetivação dos serviços de saúde, ainda existem muitos desafios a serem superados, no sentido de melhorar a organização do sistema e os cuidados em saúde, investindo no aumento de profissionais gestores e equipes multiprofissionais e na capacitação dos mesmos; infraestrutura adequada, modelo de atenção e na fragmentação da oferta de ações e serviços de saúde e no subfinanciamento.