Previsão e monitoramento de recalques em aterros sanitários/ estudo de casos: central de resíduos de recreio - Minas do Leão/RS e São Leopoldo/RS
Resumo
O resultado do crescimento populacional e seu grande consumo causam o aumento na geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) que se tornam um problema ambiental na disposição final destes resíduos, ou seja, podem causar contaminação no solo, nas águas superficiais e subterrâneas, quando dispostos inadequadamente no solo, como nos lixões a céu aberto. Sendo assim, a solução mais adequada técnica, econômica e ambientalmente segura é a disposição em aterros sanitários. Um dos grandes problemas dos aterros sanitários são os valores elevados de deslocamentos verticais (recalques) e horizontais, pois os resíduos são muito compressíveis e sofrem degradação com o tempo e consequentemente podem ocasionar danos nos sistemas estruturais dos aterros sanitários (sistemas de cobertura e impermeabilização, drenagem superficial e de efluentes). O presente trabalho tem como objetivo avaliar os recalques de dois aterros sanitários com medidas de deslocamento por meio de marcos superficiais, verificando a eficiência de alguns modelos de previsão de recalques em aterros sanitários de RSU existentes na literatura. A avaliação foi realizada nos aterros sanitários de São Leopoldo e de Minas do Leão, comparando os recalques medidos com os previstos e ajustar os modelos utilizados com base nos dados do monitoramento já realizado nos aterros no período de cinco anos. Os modelos de previsão de recalques que foram utilizados são: modelo de Yen e Scanlon (1975), Exponencial de creep (Potência) de Edil et al. (1990), Bjarngard e Edgers (1990), Reológico de Gibson e Lo (1961), Gandolla et al. (1992), Hiperbólico de Ling et al. (1998), Meruelo e o método observacional de Asaoka (1978). Os recalques observados, no aterro de Minas do Leão, variaram entre 0,55 a 4,0m, correspondendo a uma deformação entre 4 e 24% em relação à altura inicial dos resíduos. E, quanto ao aterro de São Leopoldo, os recalques observados, na célula Aterro Remediado, variaram entre 0,1 e 1,03m, correspondendo a uma deformação entre 1 e 5,8% em relação à altura inicial dos resíduos. E na célula Aterro Fase I, os recalques observados variaram entre 0,5 e 2,4m, correspondendo a deformações entre 8 e 16,5% da altura inicial de resíduos. Os valores encontrados estão dentro da faixa de valores encontrada na literatura, exceto os valores de deformação do aterro Remediado que foram abaixo da faixa de valores da literatura. A partir das análises realizadas neste trabalho, foi possível verificar que os modelos mais adequados para a previsão de recalques nos dois aterros sanitários analisados foram os modelos Hiperbólico (1998), Exponencial de creep (Potência), Bjarngard e Edgers (1990), Meruelo e o Gibson e Lo (1961), que obtiveram boa aderência entre os valores medidos e previstos. Destaca-se que o método de Asaoka (1978) é muito interessante para o acompanhamento de recalques e verificar a estabilização e previsão do recalque final.