Avaliação quantitativa da recarga das águas subterrâneas na bacia escola do campus da UFSM
Resumo
O Campus da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) é abastecido principalmente por águas subterrâneas, captadas em Zona de Afloramentos (ZA) do Sistema Aquífero Guarani (SAG). Nesse sentido, o presente estudo objetivou analisar quantitativamente às águas subterrâneas na Bacia Escola do Campus da UFSM. Para tanto, os objetivos específicos desse trabalho foram: 1) Elaborar estimativas de recarga do lençol freático em poço único, utilizando o método da flutuação do nível da água/WTF (Water Table Fluctuation). 2) Realizar análises estatísticas em dados de medições semanais de níveis da água (NA), monitorados no Campus da UFSM desde maio de 2010, identificando-se possíveis correlações com os dados de precipitações e as flutuações do nível da água. Ainda analisou-se a sazonalidade de variação desses níveis e, 3) Mapear a variação das áreas impermeabilizadas na Bacia com uso do programa ArcGIS e de imagens do Google Earth do ano de 2007 a 2010. Os resultados do trabalho apontaram para uma taxa de infiltração na área da Bacia de 17,0 a 48,0% da precipitação total, em média 36% das chuvas contribuem para a recarga do aquífero. As modificações no uso da terra mostrou que houve um crescimento de 24,32 ha, na área impermeabilizada no período avaliado. Na análise da correlação dos níveis da água semanais com os volumes de chuvas, evidenciou-se que as chuvas registradas na data da aferição foram aquelas de maiores influências nos níveis monitorados, acusando reposição no nível. Quanto à tendência de flutuação dos níveis, de um total de oito poços monitorados, dois apresentaram tendência de rebaixamento. A análise sazonal dos níveis mostrou que as estações do inverno e outono são aquelas que recarregam o aquífero, enquanto que no verão e na primavera acontece o contrário. Conclui-se que apesar das áreas impermeabilizadas apresentarem um crescimento significativo e rápido para a Bacia, esse crescimento ainda não forneceu prejuízos nos volumes das recargas das águas subterrâneas. Uma vez que os dados de correlação entre a chuva e os níveis da água foram positivos e as tendências de variação de nível indicaram dois dos oitos poços com perda de volume de água ao longo do monitoramento..