Qualidade da água em nascentes da bacia do Vacacaí-mirim com diferentes usos e coberturas do solo
Fecha
2016-08-17Metadatos
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Diversos fatores podem alterar as características qualitativas dos recursos hídricos em áreas de bacias hidrográficas. Tais alterações são decorrentes de processos naturais, assim como de atividades antrópicas (agricultura, pecuária, retirada da mata ciliar), as quais interferem nas condições originais de uso e cobertura do solo. Em áreas de nascentes, devido a essas práticas, a qualidade das águas pode ser degradada. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a influência dos diferentes usos e coberturas do solo nas características físicas, químicas e biológicas das águas de nascentes localizadas na microbacia hidrográfica do Arroio Manoel Alves, no município de Itaara, RS. Para tanto, monitoraram-se seis nascentes (N1, N2, N3, N4, N5 e N6) e o respectivo exutório (CC), sob diferentes usos e coberturas do solo (área agrícola, edificações, eucalipto, gramínea, mata nativa, recurso hídrico e vias de acesso). O estudo desenvolveu-se entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016, com coletas de água quinzenais e análise dos parâmetros qualitativos temperatura, turbidez, pH, CE, OD, DBO5,20, coliformes totais, Escherichia coli, ST, SD, SS, PO4-, NO2-, NO3-, SO42-, Cl-. Instalaram-se dois pluviômetros para a quantificação da precipitação pluviométrica na microbacia, a qual correspondeu ao total anual de 2267,2 mm. As vazões foram monitoradas em frequências horárias alcançando valores máximos de 5,67 L.s-1, para a N1, N2, N3, N4 e N6, de 14,17 L.s-1 para a N5 e de 255,5 L.s-1 para a CC. As curvas de permanência e as classes de enquadramento da Resolução 357/2005 do CONAMA, revelaram que a N5 e a CC superaram a classe 4 para a variável turbidez. Para a DBO5,20, todas as áreas excederam os limites da classe 4. Em relação a E. coli, a N6 permaneceu como classe 4 em maior parte do tempo. Para os SD, a N1, N2, N3, N4 e N6 classificaram-se nas classes 1, 2 e 3 em todo o período analisado. O IQA obteve padrões médio nas nascentes N3, N4 e N6, e bom , para N1, N2, N5 e CC. A AF formou três componentes para a N1, designados como fator clima, intemperismo e poluição difusa. A N2 resultou em três componentes, explicados pelos fatores intemperismo, clima e poluição difusa. A N3 foi explicada pelos fatores superficial, ambiente e microbiológico. A N4 obteve três componentes, caracterizados pelos fatores lixiviação, poluição difusa e decomposição. Para a N5 os três componentes formados foram descritos pelos fatores decomposição, intemperismo e microbiológico. Na N6, os componentes classificaram-se pelos fatores superficial, ambiente e microbiológico. Para a CC, formaram-se três componentes, explicados pelos fatores poluição difusa, intemperismo e clima. De modo geral, as metodologias utilizadas para avaliação e análise da influência dos usos e coberturas do solo na qualidade das águas das áreas monitoradas demonstraram-se satisfatórias, onde a N3 teve interferência da atividade pecuária, a N6 de efluentes de residências rurais e, a N1 e N2, indicaram resultados da proteção florestal na qualidade das águas. A N5 expressou influência de fatores externos na qualidade das águas, a N4, caracterizou-se pelas baixas concentrações de pH e OD e, o exutório, demonstrou influência das vazões, dos afluentes e dos usos e coberturas do solo da microbacia.