Qualidade da madeira e rentabilidade na produção de Pinus taeda L. visando múltiplos mercados
Abstract
Este trabalho teve como objetivo analisar o comportamento de simulações de produção
florestal em relação à produção física e ao mercado, considerando custos de produção e
variações de preços pagos aos diferentes sortimentos, conforme a presença ou não de nós nas
toras. Para obtenção da prognose de crescimento e produção, utilizou-se o programa
FlorExcel®, no módulo de Crescimento e Produção. Foram considerados plantios florestais
localizados no município de Ponte Alta do Norte, Santa Catarina. Foram testados dois
sistemas de desbastes e corte raso, ambos contaram com desbastes aos 9, 12 e 16 anos, com
950, 700, 450 e 250 árvores remanescentes por hectare, respectivamente. No sistema de
desbaste I, o corte raso foi entre 23 e 25 anos, com adição de mais um desbaste no ano 20 e
com 250 árvores remanescentes por hectare. No sistema de desbaste II, simulou-se o corte
raso entre 19 e 22 anos. Três diferentes sistemas de podas foram simulados: no primeiro,
apenas uma poda aos 3 anos, com 2 metros de altura na totalidade das árvores; no segundo
sistema, poda aos 5 anos com 4 metros de altura em 950 árvores por hectare, além da poda
ocorrida no primeiro sistema; e, no terceiro sistema, uma poda aos 7 anos, com 6 metros de
altura em 450 árvores por hectare, além daquelas ocorridas nos sistemas I e II. Realizaram-se
simulações para três classes de sítio, divididas em I- bom, II- médio e III- ruim. Foram
analisadas, para cada simulação, dez diferenciações de preço entre toras com e sem nós
(knotwood e clearwood), numa escala variando entre 0 e 100% em incrementos de 10% em
relação a toras com presença de nós. Como indicador financeiro para avaliação dos cenários,
foi utilizada a Taxa Interna de Retorno (TIR). A realização de apenas uma poda resultou
somente em toras com nó; na realização da segunda e terceira podas, houve disponibilidade de
clearwood na primeira e segunda toras, respectivamente, sugerindo ganho de qualidade com a
realização de duas e três podas. Para as classes de sítio I e II, o sistema de desbaste II, com
três podas e corte raso no ano 19, apresentou a maior TIR. Já na classe de sítio III, indicou-se
a implantação do sistema de manejo I, com três podas e corte raso aos 23 anos para maior
retorno financeiro. Os resultados permitem concluir que a mobilização de capital nas
operações de poda apresenta-se vantajosa para todas as classes de sítio, desde que a
valorização do preço de clearwood seja de, pelo menos, 19% sobre knotwood.