Avaliação de programas de secagem para madeiras de eucalipto elaborados com base em testes prévios a alta temperatura
Abstract
A dificuldade de obter-se madeira seca com reduzida incidência de defeitos é um desafio quando se trata de madeira de eucalipto, visto que as espécies deste gênero apresentam secagem difícil e elevada incidência de defeitos, contribuindo para que a sua utilização seja limitada e o nível de perdas, em muitas ocasiões, elevado. O objetivo principal deste estudo foi elaborar e avaliar programas de secagem para madeira de Corymbia citriodora, Eucalyptus robusta e Eucalyptus saligna. Para isso, avaliaram-se parâmetros de secagem e características físicas das espécies em ensaios prévios, utilizando equações para elaborar os programas de secagem para cada uma das espécies. Submeteram-se dois lotes, com 32 tábuas de 270,0 x 15,0 x 2,5 cm (comprimento, largura e espessura), respectivamente, de cada espécie, à secagem utilizando o mesmo programa de secagem para cada espécie. Para cada lote, utilizaram-se quatro amostras de controle para o monitoramento do teor de umidade e outras quatro tábuas para as avaliações dos gradientes de umidade, durante a secagem e na fase de uniformização. Os programas de secagem foram avaliados quanto a taxa de secagem, manifestação de defeitos, o teor de umidade final, retratibilidade, gradiente de umidade e etapa de uniformização. A taxa de secagem na aplicação dos programas de secagem manteve a tendência apresentada durante a avaliação prévia, com valores iguais a 5,38x10-4, 11,0x10-4 e 7,96x10-4 g/cm2.h, respectivamente para o Corymbia citriodora, Eucalyptus robusta e Eucalyptus saligna, sendo que as mesmas apresentaram massa específica básica de 0,82, 0,61 e 0,69 g/cm³, respectivamente. Para o teor de umidade final, as três espécies apresentaram variação satisfatória, sendo que o Corymbia citriodora mostrou a menor dispersão entre as peças, seguido pelo Eucalyptus saligna e Eucalyptus robusta. As avaliações qualitativas da madeira indicaram que, de modo geral, a espécie que obteve os melhores resultados foi o Corymbia citriodora, seguida pela de Eucalyptus saligna e pela de Eucalyptus robusta. A mesma tendência foi verificada para as contrações durante a secagem, não se verificando diferença entre as espécies para o coeficiente anisotrópico. O tempo aplicado para a etapa de uniformização foi suficiente apenas para o Eucalyptus robusta, o qual apresentou gradientes de umidade abaixo de 4% após o final da uniformização.