Germinação in vitro de Pinus taeda L. a partir de sementes selecionadas
Resumen
Pinus taeda L. está entre as espécies florestais mais plantadas em todo o Brasil, devido as suas características desejáveis de produção e qualidade industrial. Atualmente, há
necessidade de serem desenvolvidas técnicas que possibilitem a produção massal de genótipos melhorados e a cultura de tecidos oferece esta possibilidade. Plantas obtidas in
vitro, a partir de sementes, possuem duas características importantes: a juvenilidade e a variabilidade existente em lotes de sementes. O objetivo deste trabalho foi avaliar métodos de escolha de lotes de sementes, a partir de suas características de sanidade e vigor; otimizar a germinação e pré-estabelecer esta espécie florestal in vitro. Sementes de três lotes obtidas com a empresa Klabin, oriundas de pomares clonais de sementes, denominados Celucat (1ª Geração), Igaras (1ª Geração) e Igaras (2ª Geração) foram submetidas a testes de sanidade através da técnica do papel filtro; e análises de vigor, baseadas no desempenho de plântulas, em que se avaliaram as variáveis: sementes mortas, sementes duras, plântulas anormais, plântulas normais fracas e plântulas normais fortes. Dessa última, foi efetuada a análise do comprimento (cm), peso fresco (g) e peso seco (g). Para a desinfestação foram testados seis tratamentos compostos de três combinações entre tempos de desinfestação e
concentração de NaOCl, além da presença ou ausência de luz durante os primeiros dias do experimento. As sementes foram inoculadas em meio MS (MURASHIGE e SKOOG, 1962)
Testou-se também a germinação das sementes em substratos alternativos como papel filtro, amido e amido combinado com ágar em um primeiro momento e, posteriormente, a
germinação em substrato de meio de sais minerais MS, contendo carvão ativado; e meio MS líquido, tendo como solidificante vermiculita. Os substratos papel filtro, algodão hidrófilo e ágar-água foram avaliados quanto ao subsídio hídrico que fornecem para as sementes. Como tratamentos pré-germinativos, foram realizados experimentos com diferentes tempos de embebição e germinação com ou sem desinfestação em algodão hidrófilo. Avaliou-se também o estabelecimento in vitro a partir de nós cotiledonares em meio MS, WPM (LLOYD e McCOWN, 1981) e MS reduzido à metade da concentração de sais. Os testes de sanidade foram eficientes na discriminação dos lotes, sendo os fungos mais representativos para esta finalidade pertencentes aos gêneros Fusarium, Penicillium e Trichoderma. Da mesma forma,
as variáveis de vigor: plântulas anormais, plântulas normais fortes e comprimento, peso seco e peso fresco de plântulas normais fortes, permitiram a estratificação dos lotes. A
desinfestação em NaOCl a 3% durante 5 minutos e a 4% durante 3 minutos demonstraram os melhores resultados, porém, NaOCl apresentou toxidez às sementes, inibindo a germinação. Os meios de cultivo com diferentes substratos não apresentaram diferenças significativas para a germinação das sementes. Através da análise da absorção de água em diferentes substratos, foi possível estabelecer as curvas de embebição e comparar substratos quanto ao fornecimento hídrico. A embebição das sementes por 72 horas e posterior inoculação em algodão hidrófilo, sem prévia desinfestação, foi eficiente na germinação. Foi possível estabelecer, in vitro, plantas de Pinus taeda L., porém, as análises estatísticas não
demonstraram diferenças entre os meios testados para tal finalidade.