Óleo essencial de Hesperozygis ringens (Benth.) Epling: variabilidade do rendimento, composição química e atividades biológicas
Fecha
2014-02-25Metadatos
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Pesquisas sobre produtos derivados de plantas visando à descoberta de extrativos úteis para diferentes fins são crescentes e, dentre estes, destacam-se os óleos essenciais (OE), tendo como uma de suas principais fontes a família Lamiaceae. Pertencente a ela, Hesperozygis ringens (Benth.) Epling é uma espécie nativa do bioma Pampa, conhecida popularmente por espanta-pulga. O presente trabalho teve como objetivos avaliar o potencial biológico do OE de suas folhas como alelopático e larvicida, bem como verificar as variabilidades sazonal e individual do rendimento e composição química desse óleo. O OE de quatro indivíduos foi obtido de folhas coletadas nas diferentes estações de um ano, determinando-se o rendimento do OE (% m/m) e as composições químicas das amostras. O OE foi extraído por hidrodestilação, em aparelho Clevenger e teve sua composição química analisada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia gasosa com detector de ionização em chama (CG-DIC). O potencial alelopático do OE foi testado em sementes de Dicotiledôneas e Monocotiledôneas, classificadas como bioindicadoras [Avena strigosa Schreb. e Lactuca sativa L.], plantas daninhas [Lolium multiflorum Lam. e Bidens pilosa L.] e culturas [Oryza sativa L. e Glycine max (L.) Merr.], através da avaliação das seguintes variáveis: germinação, índice de velocidade de emergência e comprimentos das raízes, partes aéreas e total das plântulas. As concentrações testadas foram: 0,25; 0,50; 1,00; 2,50; 5,00%. O OE de H. ringens também teve sua atividade larvicida testada em larvas de Odonata, a fim de determinar sua concentração letal 50% (CL50). Em relação aos testes alelopáticos sobre Dicotiledôneas, o OE com 82,02% de pulegona inibiu completamente a germinação de B. pilosa na concentração de 5,00%, sem afetar significativamente L. sativa, porém retardando a emergência e prejudicando os comprimentos de raiz e plântula de G. max. Em relação às monocotiledôneas, a mesma concentração prejudicou fortemente L. multiflorum, sem afetar a germinação de O. sativa, porém influenciando negativamente os demais parâmetros. Já o desenvolvimento das sementes de A. strigosa foi completamente inibido na concentração de 2,50%. O rendimento do OE demonstrou ser influenciado pela sazonalidade, sendo maior na primavera, verão e outono. O rendimento também apresentou variabilidade individual (1,15 a 4,38%), demonstrando ser mais elevado no indivíduo 4. Em relação à composição química, os OE obtidos de folhas coletadas no outono, primavera e verão apresentaram resultados semelhantes. A produção do constituinte majoritário (pulegona) e da classe predominante (monoterpenoides oxigenados) foram favorecidos naprimavera, verão e outono. Estas estações demonstraram ser as mais favoráveis para extração de OE por apresentar concomitantemente maiores rendimentos e teores mais elevados de monoterpenoides oxigenados e de pulegona. Quanto à atividade larvicida, o OE contendo 95,18% de pulegona apresentou uma CL50 de 69,05 µL L-1 frente a larvas de Odonata.