Relações entre Estação Ecológica do Taim e comunidade local: conflitos e cooperação
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2010-04-07Metadatos
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A criação de áreas protegidas é uma das principais reivindicações históricas de movimentos preocupados com a conservação da natureza e também uma das principais estratégias adotadas pelos governos e entidades ambientais para a conservação do meio ambiente e de seus recursos naturais. Os órgãos responsáveis pela criação e gestão das unidades de conservação como as estações ecológicas,
têm empregado políticas autoritárias e tecnocráticas que resultam em conflitos com as comunidades locais, com destaque para a desapropriação das terras; disputa
pelas águas; restrições à caça e pesca; entre outras, com prejuízo tanto aos fins de conservação quanto de desenvolvimento das populações do entorno (especialmente
grupos tradicionais). Frente a este quadro têm sido buscadas formas de compatibilização entre os objetivos de conservação e desenvolvimento mediante estratégias diversas, com ênfase na valorização da visão e participação das populações locais nas ações e decisões da gestão. As pesquisas sobre a percepção da comunidade local do entorno das unidades de conservação oferecem instrumentos para a compreensão de comportamentos e auxiliam na melhoria do processo de gestão ambiental. Este trabalho aborda a problemática da
harmonização entre objetivos de conservação e desenvolvimento no caso da Estação Ecológica do Taim, RS, que se constitui em uma área de proteção integral
que, na sua implantação, implicou a remoção de algumas famílias e introdução de normas restritivas para as populações que residem no seu entorno. Nesse contexto se pretendem identificar os conflitos existentes e as iniciativas de conciliação entre os propósitos de conservação e desenvolvimento que vem sendo realizadas na região. Os dados desta pesquisa qualitativa foram obtidos no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, pela técnica da entrevista semi-estruturada, combinada com consulta a dados secundários, consultas bibliográficas e observações no local. Os dados levantados indicam que a população percebe a existência de diversas contradições no discurso conservacionista e divergências entre os propósitos da
unidade de conservação e da população residente no entorno. As iniciativas de harmonização dos propósitos de conservação e desenvolvimento são diversas, mas ainda incipientes e dependentes de recursos externos, o que restringe seus
impactos.