Influência da temperatura na ação do fungo Duddingtonia flagrans utilizado como controle biológico de Haemonchus contortus em ovinos
Abstract
Nos últimos anos vem crescendo a busca por métodos alternativos para o combate a
parasitas gastrintestinais e, nesse contexto, o controle biológico realizado pelo fungo
Duddingtonia flagrans destaca-se. Neste trabalho, analisamos a possibilidade de a
temperatura influenciar a atividade nematofágica de D. flagrans contra o parasita de ovinos
Haemonchus contortus. Utilizou-se 04 ovelhas, sendo duas parasitadas com H. contortus e
duas isentas de parasitas. Uma das ovelhas desparasitadas recebeu, durante 03 dias
consecutivos, antes da coleta, 1 x 106 clamidósporos de D. flagrans, liofilizados, em cápsulas
gelatinosas. Após coleta das fezes com auxílio de sacos coletores, as fezes foram misturadas,
resultando amostras com fungo e sem fungo (controle). Cada amostra foi incubada em sete
diferentes temperaturas (5, 10, 15, 20, 25, 30 e 35 ºC), durante 21 dias. Após foi realizada a
recuperação e contagem larval. A melhor temperatura para ação do fungo foi a de 30ºC. Não
foram recuperadas larvas na temperatura de 5 ºC. A partir da temperatura de 10 ºC, a ação do
fungo foi detectada, porém não houve diferença significativa na percentagem de redução
larval entre as temperaturas, significando que a presença de larvas parece ser o principal fator
a influenciar sua ação nematofágica. Pode-se concluir que a temperatura não parece ser um
fator limitante no controle biológico de Haemonchus contortus de ovinos realizado pelo fungo
Duddingtonia flagrans. Mesmo em temperaturas mais baixas, o liofilizado de D. flagrans
reduziu o número de larvas H. contortus demonstrando, mais uma vez, a potencialidade dessa
espécie no controle biológico, mesmo em condições não ideais para o seu desenvolvimento e
das larvas, podendo ser utilizado em climas mais amenos, como no Estado do Rio Grande do
Sul.
Palavras-chave: Duddingtonia flagrans, Haemonchus contortus, temperatura, controle
biológico