A angústia como disposição afetiva em Ser e tempo
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2010-11-19Metadatos
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O presente trabalho tem como objetivo investigar em Heidegger os fundamentos ontológicos de uma fenomenologia dos afetos. Para tanto, circunscreveremos a interpretação ao período de 1927 a 1930, mais especificamente nas obras Ser e Tempo, Que é metafísica? e Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão. Partiremos da reconstrução da teoria geral das disposições afetivas em Ser e tempo, buscando evidenciar o privilégio das disposições
da angústia e do tédio e seus respectivos modos de abertura. Argumentaremos que, com base nas estruturas obtidas a partir da analítica do existente humano, depara-se imediatamente com uma das estruturas existenciais fundamentais ao ser do ser-aí, a saber, a disposição afetiva
[Befindlichkeit]. Para Heidegger a disposição afetiva é uma estrutura ontológica que constitui abertura de mundo, enquanto que os estados de humor específicos [Stimmung] são concretizações ônticas da disposição que perpassam o mundo. Posteriormente evidenciaremos o papel fundamental desempenhado pela angústia, ressaltando que neste sentimento, não basta ao ser-aí estar entregue a própria existência, mas tem a obrigação de responder pela mesma. Por
fim abordaremos o tédio em suas respectivas formas culminando na tentativa de compreensão da essência do tédio profundo em sua primazia.