Regiões culturais: a construção de identidades culturais no Rio Grande do Sul e sua manifestação na paisagem gaúcha
Fecha
2007-10-24Metadatos
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A organização do espaço analisada pelo viés cultural permite visualizar uma gama de aspectos materiais e imateriais que perpassam o tempo e se materializam no espaço, como um legado cultural, que se manifesta através da descendência. Nessa perspectiva, essa pesquisa centra-se na análise
da construção de identidades culturais no Rio Grande do Sul e sua manifestação na paisagem gaúcha, salientando as principais regiões culturais existentes no Estado atualmente. Para tanto, partiu-se do resgate teórico o qual fundamentou os conceitos orientadores da pesquisa, centrados na
concepção de cultura, como conceito-chave para a Geografia Cultural. Também se abordou questões como identidade, códigos, migrações, paisagem e região cultural. O resgate dos processos de ocupação e colonização que povoaram o território gaúcho constituiu-se em uma fase essencial para
entender a sua atual estruturação sociocultural, permitindo verificar as transformações ocorridas no espaço e expressas na paisagem pelas distintas etnias mediante a inserção de novos códigos culturais. Teve-se como meta regionalizar o Estado mediante critérios culturais, ou seja, estabelecer
recortes espaciais de acordo com a etnia predominante, tendo como base os limites municipais. Para tanto, criou-se um banco de dados referente à principal etnia formadora dos 496 municípios que compõem o Estado. De posse dessas informações fez-se a inserção no software Arc View GIS 3.1a,
o qual operacionalizou essa proposta de regionalização cultural. Como resultado individualizou-se quatro recortes espaciais: a região cultural 1 (de origem nativa, portuguesa, espanhola, africana e açoriana), a região cultural 2 (alemã), a região cultural 3 (italiana) e a região cultural 4 (mista). Além
das regiões culturais, individualizaram-se ilhas culturais no Estado, pela presença de uma etnia predominante, mas que não constitui uma região devido ao isolamento étnico do seu entorno, composto por outras culturas. Delineados os recortes regionais, fez-se a análise das regiões culturais,
de acordo com a expressividade e a manifestação do sistema simbólico que acompanha cada sociedade em sua relação com o espaço e com os seus semelhantes. De acordo com a proposta de trabalho, essa pesquisa estruturou-se em cinco capítulos além da introdução e das considerações finais: o capítulo 1 refere-se ao resgate teórico; no capítulo 2 enfatiza-se a metodologia; o capítulo 3 aborda as questões pertinentes a primeira fase de povoamento do Estado; o capítulo 4 analisa o processo de colonização, com ênfase para a imigração alemã, italiana e mista; o capítulo 5 identifica
as regiões culturais que compõe o Rio Grande do Sul atualmente. Salienta-se que, a identificação dos principais códigos culturais que emanam de cada grupo social, subsidiou a análise da contribuição de cada etnia para a construção da cultura gaúcha. Nesse contexto, pode-se considerar a complexidade da composição étno-cultural do território gaúcho, oriunda de fluxos populacionais, que se inseriram
mediante processos controlados por políticas específicas de incentivo ao povoamento e a colonização. Tal situação originou porções do espaço dotadas de significados que, por sua vez formam uma pluralidade cultural, ou seja, atualmente, o Estado constitui-se em um mosaico étnocultural, composto por etnias diversificadas, ao mesmo tempo em que se reconhecem como essencialmente gaúchas.