Planejamento ambiental do município de Barra Bonita, SC, na perspectiva das tecnologias de informação geográfica
Resumo
As ações humanas, em sua diversidade, repercutem sobre o ambiente, criando alterações que podem refletir num quadro de degradação ambiental. No intuito de contribuir com análises sobre o espaço local, o planejamento ambiental para áreas agrícolas e urbanas torna-se instrumento fundamental, pois ele permite maior conhecimento do meio físico e das ações humanas empreendidas, possibilitando monitorar mudanças ocorridas ao longo do tempo, auxiliando na tomada de decisões acerca das melhores alternativas para o aproveitamento dos recursos disponíveis, oferecendo subsídios para a correção e recuperação de áreas degradadas. Utilizando-se das tecnologias de informação geográfica, o planejamento ambiental vale-se de técnicas de geoprocessamento para a coleta e análise de informações sobre determinado ambiente, capazes de auxiliar na gestão ambiental e no estudo do uso da terra, fornecendo informações concisas. Para o monitoramento dessas alterações, os recursos geotecnológicos permitiram gerar um banco de dados geográficos georreferenciados que produziu informações importantes para o município de Barra Bonita, SC, através da agregação de variáveis físicas e, também, socioeconômicas. A geração deste banco de dados considerou como unidade espacial os setores censitários delimitados pelo IBGE, sendo o Município formado por um setor urbano e três setores rurais. Metodologicamente, seguiu-se a proposta teórica de Libault (1971), o qual aborda os quatro níveis da pesquisa geográfica, sendo Nível Compilatório, Correlatório, Semântico e Normativo. Com o fim de analisar a interrelação existente entre as variáveis físicas e socioeconômicas, iniciou-se o trabalho a partir da observação, registro e aquisição de informações, as quais permitiram construir um banco de dados geográficos georreferenciados, no aplicativo SPRING 4.2. A posterior elaboração e correlação dos planos de informação resultaram em mapas temáticos que possibilitarão orientar o planejamento territorial ambiental municipal, por meio do entendimento dos elementos físicos e humanos, bem como suas relações, as quais compõem o espaço, de maneira globalizante. Como resultados, observou-se no mapa temático de ordenamento ambiental que dos 9513,24 ha que compõem a unidade territorial em estudo, 19,65% devem manter-se preservados, pois, são áreas de APP, 22% possuem aptidão I, 19,94% com aptidão II, 10,25% de aptidão III, 28,16% com aptidão IV e nenhum hectare de aptidão V, por esta classe somar-se a APP. Os resultados obtidos permitem concluir que a pesquisa geográfica, na perspectiva das tecnologias de informação geográfica, contribui significativamente no desenvolvimento de projetos de planejamento ambiental, propondo o uso adequado e racional dos recursos naturais disponíveis, possibilitando preservar e melhorar a qualidade de vida humana e ambiental.