Concepções e práticas de educação ambiental: uma análise a partir das matrizes teóricas e epistemológicas presentes em escolas estaduais de ensino fundamental de Santa Maria-RS
Date
2010-03-30Metadata
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A Educação Ambiental (EA) apresenta diferentes concepções, que refletem projetos distintos de sociedade; de um lado, uma concepção crítica/emancipatória/popular baseada na educação dialógica e libertadora de Paulo Freire (1996); a outra, conforme Bruguer (2004), adestradora , pois apenas ensina a cuidar do ambiente. A ausência de uma análise
crítica, histórica, política e social da questão ambiental são alguns dos fatores que influenciam o contexto da crise ambiental. Esta fragmentação contribui muito nos diferentes modos dos professores entenderem e produzirem a EA. Nesta dissertação, a EA é entendida como um instrumento de transformação social na busca de um mundo melhor, mais justo com qualidade de vida e justiça social e ambiental. O objetivo principal desta pesquisa foi o de identificar e discutir as matrizes teóricas e epistemológicas associadas às práticas docentes em EA, desenvolvidas em Escolas Estaduais de Ensino Fundamental Completo localizadas na zona urbana no Município de Santa Maria/RS. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou- se uma amostra de cinco escolas da Rede Estadual de Ensino e, como sujeitos, representantes
da 8º Coordenadoria de Educação, Gestores das Escolas (Direção/e ou Vicedireção, Coordenação) e Professores do Ensino Fundamental das Escolas. A pesquisa utilizou
uma metodologia qualitativa, buscando problematizar as práticas de educação ambiental realizadas nas escolas, a partir da análise de conteúdo dos documentos produzidos e da
análise do discurso dos sujeitos envolvidos. A análise dos resultados permitiu concluir que a matriz predominante que está orientando as práticas em EA nas Escolas é a matriz Tradicional, uma vez que: (a) os professores demonstram não compreender/aplicar a transversalidade proposta na EA; (b) observa-se não existir capilaridade da Política Nacional de Educação Ambiental/PNEA até as salas de aula; (c) gestores e professores traduzem, no seu discurso, uma compreensão de EA estritamente vinculada às práticas de conservação de
recursos naturais; (d) os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das escolas não indicaram espaços-tempos adequados ao desenvolvimento de percepções e práticas integradoras e
transformadoras da realidade socioambiental dos alunos. Diante disso, recomenda-se: (i) maior disponibilidade de tempo e recursos materiais para os gestores da EA na 8º CRE, (ii) comprometimento e formação para os gestores e professores das escolas; (iii) PPP que possua orientações claras para práticas em EA integradoras; (iv) condições adequadas de trabalho aos professores.