Uso da terra e qualidade da água da bacia hidrográfica do Arroio Ribeirão, São Pedro do Sul/RS
Resumo
As atividades humanas têm exercido profunda, e comumente, negativa influência sobre os corpos hídricos, sendo que alguns desses efeitos são devido aos poluentes, outros devido ao mau uso do solo pelo ser humano, ou até mesmo pelo mau gerenciamento do solo pela sociedade. O estudo das atividades humanas e suas influências sobre a qualidade da água pressupõe que os corpos hídricos têm a capacidade de refletir alterações em suas propriedades em função de atividades antrópicas sobre a superfície das vertentes que compõem a bacia hidrográfica. O conhecimento das características referentes à qualidade da água e ao do uso da terra de uma bacia hidrográfica é de suma importância, pois toda a forma de uso implementada na mesma influencia direta e indiretamente sobre a qualidade e na disposição dos recursos hídricos. Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho foi estudar a bacia hidrográfica do arroio Ribeirão, em São Pedro do Sul/ RS, enfatizando os problemas ambientais, especialmente de degradação do meio aquático e de erosão superficial. A metodologia utilizada foi embasada pelo método dedutivo. Marconi e Lakatos (2010, p.74) afirmam que os argumentos dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir a certeza. . Esse método considera o conhecimento científico como sendo espécie de especulação controlada, e que não obriga o pesquisador a começar a trabalhar pelas hipóteses e observação dos fatos, mas sim pela teoria ou modelos (CHRISTOFOLETTI, 1999). A presente pesquisa foi dividida em duas etapas: etapa de gabinete e etapa de campo. Na busca de organizar os procedimentos que vieram a compor a pesquisa em gabinete elaborou-se a revisão bibliográfica sobre os assuntos que dizem respeito a: qualidade ambiental, qualidade da água, Geomorfologia e legislação ambiental. Na etapa de campo foram realizados no outono, estação mais chuvosa (20/06/2013) e primavera, estação menos chuvosa (06/10/2013) onde foram coletadas, nas duas ocasiões, amostras de água para a realização dos testes de CE, pH, TSD e temperatura da água, e no segundo campo foram realizados os testes de resistência à penetração para inferir acerca da erosão superficial. Como resultados, observou-se que os principais usos da terra são lavoura e campo, destinados a plantação de arroz, milho e pastagens relacionando-se diretamente com a manutenção da população residente no campo e também floresta nas áreas mais declivosas; a insolação e a quantidade de água disponível são os principais condicionantes ao fator temperatura da água, como já se previa; nas estações frias o uso da terra combinado em floresta e lavoura aumentam os índices de CE, o que não ocorre nas estações quentes; nas estações frias os índices de pH diminuem, chegando a ficar abaixo no índice mínimo recomentado para a dessedentação humana, o que não ocorre nas estações quentes onde os índices de elevam; tanto nas estações quentes como frias, os índices de TSD no arroio Ribeirão ficam dentro dos limites recomendados para consumo humano; as margens do rio principal encontram-se fora da legislação vigente, não possuindo vegetação ciliar a 30 metros dessas das margens; há possibilidade de ocasiões de erosão superficial em todos os pontos onde se realizaram os testes de resistência à penetração, pois em todos eles existe a indicação de compactação subsuperficial indicando que se houver a saturação da porção superior de solo, essa pode ser retirada por lixiviação. Nesse sentido, cabe salientar que além dos dados produzidos por essa pesquisa são necessárias outras pesquisas complementares que englobem outros focos de atuação na linha ambiental como, por exemplo, pesquisas que considerem os aspectos socioeconômicos, culturais e educacionais, visto que, estes apresentam relação com a intensidade de consumo, maior ou menor grau de consciência ambiental e mesmo a forma de intervenção no ambiente natural.