As interfaces do acolhimento dos estudantes egressos da escola itinerante do MST: desafios da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ataliba Rodrigues das Chagas - São Gabriel/RS
Fecha
2014-07-30Metadatos
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A Escola Itinerante foi uma proposta educacional consolidada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para atender as crianças e adolescentes que viviam nos acampamentos, estes localizados geralmente na beira das rodovias ou no interior do espaço rural - Rio Grande do Sul. A consolidação desta instituição de ensino gerou inúmeras reflexões acerca da educação oferecida nas escolas da área rural. Após inúmeros debates e com a criação de legislações específicas, a Educação do Campo tornou-se uma modalidade de ensino que propõe um projeto educacional a partir da realidade, valores, saberes, cultura dos seus educandos. Com o fechamento das Escolas Itinerantes e com a necessidade de implantação de um projeto de educação no/do campo, a presente pesquisa apresenta como objetivo geral: Compreender o processo de inserção das crianças e adolescentes oriundos da Escola Itinerante e dos assentamentos do MST - no contexto educacional da Escola Estadual de Ensino Fundamental Ataliba Rodrigues das Chagas - localizada na área rural do Município de São Gabriel/ RS. Os objetivos específicos são: a) Conhecer a Escola Estadual de Ensino Fundamental Ataliba Rodrigues das Chagas São Gabriel/RS; b) Observar os espaços/tempos constituídos na escola para atualização profissional em relação às novas demandas pedagógicas para a efetivação de uma escola do campo; c) realizar aprofundamento teórico, discussões reflexivas, partilhar saberes e trocar experiências individual e coletivamente com os educadores da escola, tendo em vista a inserção dos educandos advindos da Escola Itinerante. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho caracteriza-se pela abordagem qualitativa ancorada no estudo de caso, com o auxílio da técnica de rodas de conversas para a coleta de dados. No decorrer da investigação percebeu-se que a instituição ainda enfrenta grandes problemas referentes à infraestrutura, recursos para a merenda escolar e organização do fazer pedagógico a fim de efetivar um projeto de educação do campo. Também se averiguou que os alunos do MST estão inclusos socialmente, pois se apresentam como a maioria no contexto escolar, no entanto, em relação às práticas docentes, os conteúdos disponibilizados a eles, ainda se encontram descontextualizados da realidade em que vivem.