Os terreiros de cultos afro-brasileiros e de origem africana como espaços possíveis às vivências travestis e transexuais
Resumo
As abordagens que envolvem gênero e sexualidade estão cada vez mais interligadas nas análises geográficas. Espaços como o urbano e religioso, são evidenciados nas relações sociais dos grupos excludentes da sociedade heteronormativa, como os homossexuais, travestis, transexuais, entre outros. Neste sentido, a pesquisa busca relacionar os estudos de gênero, sexualidade e religião na perspectiva geográfica, destacando, principalmente, a análise do discurso dos sujeitos travestis e transexuais que integram o espaço do terreiro de cultos afro-brasileiros e de origem africana. A priori, gênero, sexualidade e religião são temáticas pouco discutidas dentro da geografia, e que estão essencialmente ligadas aos estudos marginais da ciência. Entretanto, com a atual expansão e manifestações de diferentes expressões de gêneros, quanto manifestações de cunho religioso no espaço, a ciência geográfica, aliada as ciências sociais, acompanha a trajetória da sociedade nesta temporalidade, se tornando uma ciência interdisciplinar e plural. Paralelo a isso, a fenomenologia poderá ser a opção de um caminho para compreender a relação do ser social travesti e transexual com o espaço em que vivencia e estabelece diferentes relações interpessoais. Nesse sentido, como resultados e/ou impactos da pesquisa, tem-se a sistematização de informações ligadas à temática de estudo com o intuito de fornecer subsídios teóricos e práticos sobre as temáticas feministas e queer, juntamente com a questão da religiosidade, destacando principalmente as religiões afro-brasileiras e de matriz africana como espaços possíveis a diferentes expressões das relações de gênero e sexualidades.