Nosotros e vosotros: a Guerra das Malvinas 25 anos depois - relatos de ex-combatentes
Resumo
O objetivo principal deste trabalho é analisar os relatos e recordações dos veteranos da Guerra das Malvinas e entender como foram tratados pela sociedade e pelo Estado do pós-guerra até hoje. Pergunta-se: Em que medida os ex-combatentes foram acolhidos pela sociedade argentina no pósguerra? Também há outros questionamentos necessários para a compreensão do tema: como vêem a si mesmos? Como querem ser vistos? Que relações construíram com seus compatriotas a partir desta situação? Os veteranos entrevistados têm idade média de 43 anos. Três deles faziam parte do 5º Batalhão de Infantaria Marinha (BIM 5), residentes em Buenos Aires, e um era parte do Exército
Argentino, residente em La Plata. Utilizou-se História Oral Temática, por ser uma metodologia que objetiva conhecer e aprofundar conhecimentos sobre determinada realidade os padrões culturais, estruturas sociais e processos históricos, obtidos através de relatos orais. Malvinas teve como saldo
mais de 600 mortos e 1200 feridos. O conflito iniciou abruptamente em 2 de abril de 1982, com a ocupação militar do arquipélago das Malvinas pelas tropas argentinas, provocando a reação da Grã-Bretanha. A Argentina vivia uma das ditaduras militares mais sangrentas da América Latina, e o
presidente Leopoldo Galtiere estava decidido a explorar o espontâneo apoio popular a recuperação das ilhas, numa tentativa de despertar no povo um sentimento nacionalista que distraísse a atenção dos terrores promovidos pelo Estado. As hostilidades encerraram em 16 de junho de 1982, com a
rendição da Argentina, após 74 dias de guerra. As conseqüências do pós-guerra foram graves, traduzidas em altos índices de suicídios e distúrbios psicológicos. Como resultado desses eventos, temos o silêncio da sociedade sobre o tema e a destinação dos ex-combatentes ao esquecimento, ignorando aqueles que defenderam a causa Malvinas, causa esta tão apaixonadamente arraigada
ao coração do povo argentino.