Aquisicão das fricativas interdentais do inglês: uma abordagem via restrições
Resumo
No presente trabalho, investiga-se a aquisição das fricativas interdentais por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua (L2). Os dados foram colhidos a partir da leitura de palavras contextualizadas, leitura de um texto e narrativas orais produzidas por três grupos de estudantes de inglês. O Grupo 1 é composto por estudantes universitários que estavam cursando, no momento da coleta, o sexto semestre do curso de Letras do Centro Universitário Franciscano. Os Grupos 2 e 3 são formados por estudantes que freqüentavam o projeto extracurricular de ensino de línguas da Universidade Federal de Santa Catarina e estavam no terceiro e décimo semestres, respectivamente. Após a transcrição fonética e seleção das palavras que continham as fricativas interdentais, foi feita a análise dos dados. Essa análise tem como base a Teoria da Otimidade Conexionista proposta por Bonilha (2004) que, através da hierarquia de restrições, demonstra a gramática da interlíngua apresentada pelo aprendiz. Os resultados apontaram para a emergência precoce da fricativa interdental desvozeada, para as substituições do segmento /θ/ pelo [t] e do segmento /ð/ pelo [d] e também a interferência do tipo de coleta realizada nos percentuais de produções corretas. Foi constatada ainda uma grande influência da freqüência lexical no comportamento dos sujeitos estudados.