O efeito "chapéu de Clementis": imagens do sujeito imigrante italiano na Quarta Colônia
Fecha
2013-02-25Metadatos
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O presente estudo, intitulado O efeito chapéu de Clementis : imagens do sujeito imigrante italiano, tem como objetivo principal pensar a memória da Imigração Italiana na Quarta Colônia por meio de outra materialidade discursiva, a saber, monumentos em homenagem ao imigrante, construídos na região a partir do cinquentenário da sua imigração. Considerando esses discursos, produzidos em determinados momentos sócio-históricos e em condições de produção específicas, visamos a identificar possíveis tomadas de posições desse sujeito que vê, na/pela língua, materialidade simbólica, perpassar a sua questão de pertencer ou não a uma nova nação. Partimos da metáfora construída e analisada por Jean-Jacques Courtine em que o chapéu de Clementis se refere à memória, a qual pode ser mostrada, mas pode também ser apagada e pode, ainda, retornar. Na permanência ou não de uma memória, estabelecem-se relações de poder, questão ideológica do confronto do simbólico com o político, quando as línguas de ferro, de madeira e de vento também se articulam, funcionando como barreiras invisíveis na relação do sujeito com o Estado. Diante disso, propomos a língua de areia, aquela pela qual a memória da imigração permanece, ainda que fragmentada e dispersa. Através das análises das posições-sujeito caracterizadas em relação com a história e a memória a que denominados de chapéu de Clementis identificamos: a posição-sujeito utopia, quando esse sujeito é movido pelo sonho da terra prometida, o que se interrompe dadas as condições da imigração; a posição-sujeito clivagem, quando esse sujeito é convocado a abdicar de sua língua e, com/por ela, da sua história; e a posição-sujeito político, posição essa do sujeito que negocia, com o Estado, o seu lugar. Nosso movimento teórico-analítico se ancora na Análise de Discurso de fundação francesa e de continuidade brasileira, a qual tem seu lugar no entremeio
da linguística, do materialismo histórico e da psicanálise. É com esses fundamentos que nos inserimos nos estudos Linguísticos, na linha de pesquisa Língua, sujeito e história , onde se pensa o sujeito, o discurso e a constituição do sentido.