Política de línguas e mídia no Mercosul: um estudo enunciativo de jornais de fronteira
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2013-10-04Metadatos
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Este trabalho investiga o funcionamento do político no dizer “nas” e “sobre as” línguas nos
jornais da fronteira platina, com vistas a uma política de línguas dos meios de comunicação no
Mercosul. Para isso, toma como corpusnove jornais publicados em diferentes cidades da fronteira
brasileira com o Uruguai e a Argentina, analisando como as línguas portuguesa, espanhola e
guarani, que são as línguas reconhecidas pelo bloco, são empregadas e tematizadas na construção
das notícias. O dizer-nas e sobre-as línguas inscritos nesses jornais projetam no imaginário social
platino uma distribuição política dessas línguas como globais, de integração regional, nacionais e
locais, configurando uma política de línguas dos meios de comunicação. Como dispositivo
analítico, o estudo mobilizou a categoria da designação, tomada da perspectiva da Semântica do
Acontecimento e da Linguística da Enunciação. Como aporte complementar, dispôs de edições
históricas e especiais de jornais fronteiriços, já extintos ou ainda em circulação, além de
entrevistas com diretores, chefes de redação e jornalistas desses jornais. Dividida em cinco
capítulos, esta tese, explora, no primeiro, a política de línguas dos meios de comunicação; no
segundo, o funcionamento das línguas espanhola, portuguesa e guarani como globais, de
integração regional, nacionais e locais nos países platinos; no terceiro, as particularidades dos
meios de comunicação da fronteira platina; no quarto, a política de línguas dos meios de
comunicação globais, nacionais e fronteiriços; no quinto e último capítulo, a distribuição política
das línguas espanhola, portuguesa e guarani na constituição de um dizer-nas e sobre-as línguas
nos jornais fronteiriços. Os resultados mostram que esses jornais mobilizam as línguas espanhola
e portuguesa padrão para a composição das notícias, distribuindo-as no espaço noticioso de
acordo com o tema e o público visado. A presença dessas línguas como tema das notícias é
infrequente e coadjuvante, frequentemente relacionada à área educacional. Tanto no dizer-nas
como no dizer-sobre-as línguas, espanhol e português obedecem a uma distribuição política que
os situa como nacionais dos países platinos. Essas línguas se inscrevem como elementos
identitários das nações no contexto da integração regional.
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