“Nosso clube”: diferenciação e valorização da negritude castilhense na Sociedade Cultural Recreativa José do Patrocínio
Fecha
2016-08-25Autor
Santos, Ticiana Loiola dos 
Primeiro orientador
Mocellin, Maria Clara
Primeiro membro da banca
Zanini, Maria Catarina Chitolina
Segundo membro da banca
Marques, Olavo Ramalho
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta dissertação trata de um espaço de sociabilidade do município de Júlio de Castilhos, a Sociedade Cultural Recreativa José do Patrocínio, um clube negro fundado em 1913. A partir do estudo etnográfico e documental, buscou-se entender os diferentes significados atribuídos ao clube ao longo de sua trajetória. Este estudo demonstrou que, por meio da criação do clube, os negros buscavam não somente um espaço de sociabilidade para as suas famílias, mas, sobretudo, buscavam reconhecimento, visibilidade e diferenciação. Nos bailes do passado, em que prevaleciam normas rígidas, como o uso do traje completo e o bom comportamento moral, os negros do clube se diferenciavam e eram reconhecidos pela sociedade castilhense. O estudo também demonstrou que, a partir da década de 1980, o clube redirecionou algumas das suas atividades para a valorização da cultura afro-brasileira e para discussões sobre as relações étnico-raciais. E isso se evidenciou na organização de cursos no clube em parceria com o Instituto Federal Júlio de Castilhos. Essas novas discussões e atividades do clube demonstram certo redirecionamento da sua atuação para um espaço de lazer preocupado com os aspectos políticos, culturais e educacionais. Em meio a essas novas preocupações, permanecem os desejos de reconhecimento, valorização e diferenciação da população negra de Júlio de Castilhos. E o clube mantém e amplia esse papel que assumiu desde a sua fundação.
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