Qualidade da carne ovina: bagaço de uva e óleo de linhaça na dieta de terminação
Resumo
Objetivou-se avaliar os efeitos da inclusão do bagaço de uva e óleo de linhaça na dieta de terminação de ovinos sobre o desempenho animal, características de carcaça e qualidade da carne. Foram utilizadas 32 borregas da raça Texel com peso inicial médio de 26,35 kg, distribuídas aleatoriamente em um delineamento inteiramente casualizado em quatro tratamentos com oito repetições. Sendo os tratamentos: SM+C = silagem de milho; SBU+C = bagaço de uva; SM+OL = silagem de milho + óleo de linhaça; SBU+OL = bagaço de uva + óleo de linhaça.As dietas foram formuladas de acordo com as exigências nutricionais da categoria e procurando manter uma relação volumoso:concentrado de 50:50. Observou-se durante o experimento maior consumo de matéria seca nos grupos alimentados com bagaço de uva (SBU+C e SBU+OL), com piora na conversão alimentar. O ganho médio diário e ganho de peso total não apresentaram diferença significativa. Após 63 dias de alimentação, os animais alcançaram peso vivo médio de 41,33 kg, e foram submetidos a dieta hídrica e abatidos. Foi observado que os grupos alimentados com bagaço de uva (SBU+C e SBU+OL) obtiveram maior rendimento de carcaça fria e espessura de gordura subcutãnea (p<0,05). Após o abate, o músculo Longissimus dorsi foi excisado para análises da qualidade da carne, observando-se efeito no perfil de ácidos graxos com aumento no teor de ácidos graxos poli-insaturados e n – 3 nos grupos suplementados com óleo de linhaça (SM+OL e SBU+OL). Também foi observado efeito no pH, cor e na oxidação lipídica durante o período de armazenamento sob refrigeração após 9 dias. Os animais alimentados com bagaço de uva (SBU+C e SBU+OL) tiveram processo de oxidação mais lento que os outros tratamentos com menor nível de TBARS. O bagaço de uva e a suplementação com óleo de linhaça na dieta de terminação não comprometeram o desempenho de crescimento. Conclui-se, que o bagaço de uva conservado na forma de silagem pode ser utilizado como fonte de nutrientes na terminação de ovinos confinados, na proporção de 50% (base seca) em relação ao concentrado, em razão do seu baixo custo, não prejudicando o ganho de peso e, proporcionando melhor rendimento de carcaça fria, aliado a maior estabilidade oxidativa da carne. A inclusão de 1% de óleo de linhaça em dietas com volumoso a base de silagem de milho ou silagem de bagaço de uva promove modificação no perfil de ácidos graxos da carne, de forma mais favorável à saúde dos consumidores.
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