Resíduos de risperidona no ambiente: efeitos persistentes e transgeracionais
Resumo
A contaminação de ambientes aquáticos por componentes farmacêuticos é um motivo crescente de preocupação. Pouco se sabe sobre as consequências da exposição a esses agentes químicos, principalmente durante as fases iniciais do desenvolvimento. A risperidona, um antipsicótico atípico antagonista dopaminérgico e serotoninérgico, foi encontrada em baixas concentrações em diferentes ambientes aquáticos, inclusive em água potável. Utilizando o organismo experimental Zebrafish (Danio rerio) tivemos por objetivo simular a exposição de um organismo não alvo a diferentes concentrações de risperidona durante os 5 primeiros dias de vida. Após a exposição, os animais foram colocados em aquários livres de contaminantes até alcançar a fase adulta. Quando adultos, os peixes demonstraram diminuição da responsividade a situações de risco. Após as análises comportamentais, os peixes foram colocados para reprodução e sua prole analisada. A risperidona também alterou os padrões locomotores na prole, comprovando seus efeitos transgeracionais. Concluimos com o estudo que a risperidona pode provocar mudanças consideráveis no comportamento anti-predatório dos peixes resultando em impactos importantes na manutenção e sobrevivência das espécies e ainda que esses efeitos podem ser percebidos através de gerações não diretamente expostas.
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