Progressões denudacionais na vila São Rafael, zona norte de Santa Maria – RS
Resumo
Este trabalho projeta o relevo no futuro por meio de progressões denudacionais e recuo da encosta Itagiba na Vila São Rafael, Zona Norte de Santa Maria – RS. Nesta tese, deu-se ênfase aos processos erosivos e denudacionais que ocorrem de forma diferenciada na camada superficial do solo por influência litológica nos parâmetros físicos-hídricos da camada superficial do solo assentada sobre a Formação Caturrita e Formação Santa Maria – Membro Alemoa, erodindo e denudando o relevo de forma distinta. O trabalho justifica-se por, nesta área, haver duas formações litológicas, ter ocorrido corte topográfico para a instalação de ferrovia e ocupação humana. O relevo abrangeu o 4º táxon (denudação da colina), o 5º táxon porções leste e oeste- diferenças litológicas e recuo da encosta Itagiba (vertente sul) e o 6º táxon que analisou processos erosivos e denudacionais diferenciados: sulcos, ravinas, deslizamentos (ROSS, 1992). O trabalho norteou-se pelo método dedutivo seguindo os níveis: compilatório, correlatório, semântico e normativo conforme Libault, (1971). Foram aprofundados os estudos geológicos, litológicos, pedológicos e construído a base cartográfica para entender e posteriormente analisar a área de estudo, coletadas amostras de solo superficial em áreas previamente zoneadas (P1, 2P, 3P, 4P, 5P, 6P, P7 e P8), as amostras foram submetidas ao ensaio de Inderbitzen adaptado sob simulação de precipitação de 20 mm em 3 horas, posteriormente generalizou-se os dados laboratoriais de perda de sedimentos erodidos (altura dos sedimentos erodidos) por equações matemáticas (Teorema de Tales) na qual foram construídos os mapas de progressão denudacional e o mapa de recuo da encosta Itagiba em 1, 10, 25, 75, 100 e 1000 anos. Os resultados encontrados nos parâmetros físicos-hídricos mostraram face a curva granulométrica que os pontos 2 e 3 (P2 e P3) possuem distribuição de partículas indicando concentração de argila com média de 44, 02% nesses dois pontos assentados sobre a Formação Santa Maria – Membro Alemoa indicando ser este fator um condicionante diferenciado dos processos erosivos, progressão denudacional e recuo da encosta Itagiba de forma mais elevada na porção leste em comparação à porção oeste da encosta Itagiba dissecando o relevo sob a Formação Santa Maria - Membro Alemoa cerca de 3,033 vezes mais que na porção assentada sobre a Formação Caturrita pois o volume de sedimentos erodidos das amostras de solo superficial retiradas sobre a Formação Caturrita (v1, v6, v7 e v8) nos quatro pontos apresentaram valores médio entorno de 0,234 cm³, portanto, menores em relação a média da perda de sedimentos para as quatro amostras de solo superficial (v2, v3, v4 e v5) que foram retiradas sobre a Formação Santa Maria - Membro Alemoa que foi aproximadamente 0,699 cm³. A denudação em 1000 (mil) anos - altitude média decrescida das áreas representadas pelos pontos (P1, P6, P7 e P8), sob a Formação Caturrita, apresentaram valores médios de decréscimo de altitude de 253 cm, portanto, menores também em relação a média de variação da altitude decrescida em 1000 (mil) anos para as quatro pontos (P2, P3, P4 e P5) que representam áreas assentadas sobre a Formação Santa Maria – Membro Alemoa que foi de 767 cm. Conclui-se, portanto que a porção leste da encosta Itagiba, área assentada sobre a Formação Santa Maria - Membro Alemoa é a área de maior susceptibilidade a erosão e denudação e que o fator que condiciona essa maior susceptibilidade a erosão e denudação, é a presença de argila (esmectica 2: 1) que é contrassiva e expansiva mostrando-se na ausência de umidade resistente à erosão mas quando saturada erode e denuda o relevo cerca de 3,033 vezes mais em relação às áreas assentadas sobre a Formação Caturrita (MACIEL FILHO, 1990). Por fim este trabalho espacializa face a linhas de comportamento o recuo da encosta Itagiba a fim de alertar os órgãos públicos para tomada de decisões.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: