Possíveis implicações da produção diagnóstica nas práticas de educação especial
Resumen
O presente estudo apresenta uma reflexão sobre a gestão das práticas de
educação especial exercidas na escola regular, considerando o contexto da
Educação Inclusiva e tem por objetivo analisar possíveis implicações do
diagnóstico nas práticas de educação especial a partir dos discursos de
medicalização. Surge a partir de inquietações quanto à medicalização de alunos
e sobre os impactos que a produção de diagnósticos pode provocar na vida dos
sujeitos, produzidas durante minha trajetória acadêmica no curso de Educação
Especial – Diurno, do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM). Tais inquietações permaneceram me mobilizando a estudar e me
trouxeram ao Curso de Especialização em Gestão Educacional – CEGE/UFSM.
A materialidade analítica do estudo foi estruturada a partir de entrevista realizada
com uma professora de educação especial, de uma escola particular da rede
regular de ensino do município de Santa Maria/RS. Ao término das análises,
construídas a partir do referencial teórico pós-estruturalista, entendo que os
discursos da medicalização que têm se constituído como mecanismo de
governamento na sociedade contemporânea, acabam produzindo na escola a
individualização de problemas que são coletivos e, assim, adoecendo
comportamentos cujas causas são muitas vezes sociais e não orgânicas. Nesse
contexto, a educação especial pode acabar centrando sua prática a partir da
necessidade dos encaminhamentos clínicos que podem resultar em diagnósticos
e prescrições médicas, o que fragilizaria o olhar que precisamos direcionar para
o sujeito e suas singulares histórias de vida, se quisermos compreendê-lo para
potencializar suas aprendizagens.
Colecciones
- Gestão Educacional [294]
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