Determinantes da criminalidade nos municípios do Rio Grande do Sul: uma análise econométrica espacial para o ano de 2010
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Date
2020-01-14Primeiro coorientador
Becker, Kalinca Leia
Primeiro membro da banca
Bender Filho, Reisoli
Segundo membro da banca
Lirio, Viviani Silva
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A criminalidade é um fenômeno complexo que causa elevados custos para sociedade, bem como se mostra um grande limitante ao desenvolvimento econômico. Desta forma, é relevante compreender o que leva os indivíduos a cometerem crimes, a fim de possibilitar a promoção de políticas adequadas que possam minimizar os efeitos da criminalidade no bem-estar social. Neste sentido, este trabalho analisou determinantes da criminalidade nos municípios do Rio Grande do Sul, no ano de 2010, por meio de modelos econométricos espaciais, procurando fornecer informações e estimar os impactos de algumas variáveis relacionadas ao desenvolvimento, desigualdade, emprego, demografia e educação, buscando compreender como estas variáveis afetam as taxas de crimes. Além disso procurou-se analisar, por meio de Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE), a existência de dependência espacial da criminalidade nos municípios, e como a criminalidade de um município é afetada pela criminalidade de seus vizinhos por meio da identificação da formação de clusters. Analisou-se crimes contra a pessoa (homicídios), contra o patrimônio (furtos e roubos) e crimes sem vítimas (tráfico de entorpecentes), o que permitiu identificar de que maneira as mesmas variáveis explicativas se comportam em crimes de naturezas diferentes. Outra contribuição do trabalho está na inclusão de variáveis pouco exploradas na literatura como a porcentagem de pessoas casadas e variáveis sociais defasadas como a evasão escolar do ano 2000 e a porcentagem de mães adolescentes de 1991 na explicação das taxas de crimes em 2010. Os resultados indicaram que existe dependência espacial na criminalidade nos municípios, sendo esta dependência mais fraca para os homicídios em relação aos outros tipos de crime. Os principais clusters de criminalidade foram encontrados nas regiões litorâneas e na região metropolitana de Porto Alegre. Um maior nível de renda está correlacionado positivamente com os crimes contra o patrimônio e o tráfico. A desigualdade de renda não se mostrou tão relevante, tendo mais efeito nos homicídios do que nos crimes contra o patrimônio. O desenvolvimento em termos de saúde tem forte impacto na redução dos homicídios e tráfico, já o desenvolvimento em termos de educação não foi significativo. O nível de emprego se mostrou um dos principais elementos de dissuasão da criminalidade, porém, o nível de emprego dos jovens teve o efeito oposto, o que pode estar indicando uma insatisfação dos jovens com o mercado de trabalho. A variável porcentagem de pessoas casadas mostrou o maior poder de dissuasão da criminalidade em todos os tipos de crime, indicando que pode ser um importante elemento de análise em trabalhos futuros. A variável relativa às mães adolescentes em 1991, foi positiva e significativa para o crime de furtos, indicando que fatos relacionados à demografia e condições de infância no passado ajudam a explicar a criminalidade atual.
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