A importância do autoconsumo na renda das famílias assentadas no Rio Grande do Sul
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Data
2019-11-27Primeiro membro da banca
Grisa, Catia
Segundo membro da banca
Zarnott, Alisson Vicente
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a importância do autoconsumo nos
assentamentos de reforma agrária no Rio Grande do Sul. A caracterização do autoconsumo
nos assentamentos é realizada a partir das informações das famílias assentadas presentes no
Sistema Integrado de Gestão Rural da ATES, que foram tabuladas com auxílio do software
Microsoft Excel, e são compostas por 9.719 registros atualizados no ano de 2015. Comparouse essas informações a partir da tabulação em sete regiões do estado do Rio Grande do Sul, a
saber: Campanha, Central, Fronteira Oeste, Metropolitana, Missões, Norte e Sul. A análise da
contribuição do autoconsumo na renda das famílias foi realizada a partir das informações de
62 planilhas da Rede de Unidades de Observação Pedagógica, as quais são classificadas em 5
sistemas de produção, a saber: Arroz, Horta, Leite, Leite e grãos e Pecuária. A análise
econômica foi realizada pelo método do valor agregado e foram calculados o produto bruto, o
consumo intermediário, a depreciação, a distribuição do valor agregado e a renda oriunda da
produção para o autoconsumo. As hipóteses que orientaram a pesquisa consideram que: há
diferenças regionais na produção para autoconsumo; há diferenças na produção para
autoconsumo nos diferentes sistemas de produção praticados e; o autoconsumo contribui de
maneira importante da renda das famílias assentadas. Os resultados indicam que a produção
para autoconsumo é uma prática muito presente entre as famílias assentadas, uma vez que
mais de 85% registram o autoconsumo de pelo menos um item de produção animal e quase
90% registram o autoconsumo de pelo menos um cultivo agrícola. A caracterização do
autoconsumo ainda aponta que há sim diferenças regionais na produção para autoconsumo
que podem ser explicadas pelas diferentes condições agroecológicas e socioeconômicas de
cada região. A análise econômica do autoconsumo indica que ele é importante na composição
do produto bruto total das unidades de produção e que há diferenças significativas nos
sistemas de produção, sendo que no arroz a sua contribuição no produto bruto total fica
abaixo de 1% em média, enquanto no sistema pecuária chega a 16% em média. Na
composição do produto bruto do autoconsumo percebe-se a maior importância dos produtos
de origem animal, que respondem por mais de 50% deste. A análise ainda indica que as
dinâmicas específicas dos sistemas de produção impactam na produção para autoconsumo,
uma vez que sistemas com maior nível de externalização dos insumos são também aqueles em
que há maior externalização na produção para autoconsumo, embora fique evidente, que de
maneira geral, a produção para autoconsumo tem um nível maior de internalização quando
comparada ao sistema de produção como um todo. As conclusões indicam que o autoconsumo
é sim importante para as famílias assentadas, contribui na composição da renda das famílias e
que há diferenças em relação as regiões e aos sistemas de produção. Ainda percebe-se a
necessidade de mais estudos que indiquem os fatores que determinam as particularidades da
produção para autoconsumo nos assentamentos rurais.
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