O papel das florestas preservadas contra os efeitos dos agrotóxicos e da radiação solar ultravioleta em girinos e o potencial de pequenas propriedades rurais na redução de impactos
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Fecha
2020-03-02Primeiro coorientador
Santos, Maurício Beux dos
Primeiro membro da banca
Robe, Lizandra Jaqueline
Segundo membro da banca
Hartmann, Marilia Teresinha
Terceiro membro da banca
Marcuzzo , Suzane Bevilacqua
Quarto membro da banca
Caldart, Vinícius Matheus
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Anfíbios são o grupo de vertebrados mais ameaçados do planeta, já foram observados declínios
nas populações naturais em diversas regiões do globo. Várias hipóteses foram propostas para
elucidar isso, incluindo o aumento da exposição à radiação ultravioleta (UV) solar e agrotóxicos.
A Mata Atlântica possui uma das maiores concentrações da biodiversidade de anfíbios da Terra.
Entretanto, o aumento intensivo das atividades agropecuárias, muitas vezes sem respeito ao
código florestal brasileiro, sobretudo no que diz respeito à manutenção da largura das matas
ciliares, coloca em risco a biodiversidade dependente desses ecossistemas. Portanto, neste estudo,
avaliamos como a falta de florestas nas paisagens agrícolas influencia a quantidade de agrotóxicos
na água, bem como a incidência de radiação UV solar. Segundo, avaliamos ocorre impacto da
redução da mata ciliar ocasionada por atividades agrícolas na densidade de girinos e no aumento
dos danos cromossômicos de duas espécies de anfíbios especialistas de florestas. A proteção
fornecida por uma floresta ripária bem preservada, com uma densa cobertura, bloqueia a
incidência de radiação UV solar e o influxo de agrotóxicos nos riachos. Consequentemente,
riachos preservados apresentam maior abundância de girinos e menores danos cromossômicos do
que ambientes sem mata ciliar. Esse estudo demonstra claramente que a preservação da floresta
ripária contínua, em acordo com a lei, é eficaz para reduzir o declínio de anfíbios ameaçados.
Porém a manutenção dessas áreas preservadas onera o custo de produção, principalmente das
propriedades rurais de base familiar, que acabam tendo problemas de sustentabilidade financeira
ou, simplesmente, não cumprem a legislação. Tendo conhecimento desse paradigma, objetivamos
nesse estudo, além de apontar o que gera a perda de biodiversidade com base nos dados
levantados em campo, propor a criação de um programa. Esse programa tem como foco a redução
dos impactos negativos, especialmente com a redução da floresta ripária de pequenos riachos,
devido às atividades rurais, em pequenas propriedades agrícolas. Para isso, traçamos ferramentas
que protegem a paisagem natural e junto a vida selvagem, e também consideram a necessidade de
sustentabilidade rural. O programa chamado Propriedade Amiga da Natureza abrange uma gama
de projetos certificados por selos locais, que permitem renda extra nas propriedades que aderirem
voluntariamente à proposta, usando o ecoturismo com foco em um público que busca por
experiências autênticas, focadas em práticas tradicionais enriquecidas pelo contato com a
população local. As propriedades terão suporte técnico para cumprimento das leis ambientais que
protegem a mata ciliar, nascentes e reserva legal, através de projetos de recuperação das áreas
degradadas, tendo assim alternativa extra de renda para compensar as áreas que serão preservadas.
Também está projetado um pagamento por serviço ambiental, para proprietários que desejarem
preservar além do que prevê a lei. O programa já foi aprovado pelo conselho consultivo do Parque
Estadual do Turvo e um grupo de trabalho já está mobilizado para a sua implementação em uma
propriedade rural que será a propriedade modelo. Nessa perspectiva alinhamos a agricultura
nacional com iniciativas internacionais de sustentabilidade que trabalham na interseção de
negócios, agricultura, florestas e conservação da biodiversidade.
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