Parâmetros comportamentais e fisiológicos em peixes-zebra adultos expostos a cetamina
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Data
2020-07-29Primeiro coorientador
Rosemberg, Denis Broock
Primeiro membro da banca
Siebel, Anna Maria
Segundo membro da banca
Oliveira, Sara Marchesan de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A cetamina é um anestésico amplamente usado na clínica humana e veterinária e também como uma droga de abuso. Possui propriedade anestésica dissociativa que em doses subanestésicas induz analgesia. Embora a cetamina apresente propriedades ansiolíticas e antidepressivas, ela pode induzir efeitos pró-psicóticos e alucinógenos, bem como comportamentos estereotipados após a administração de doses subanestésicas. O uso de modelos animais alternativos, como o peixe-zebra, tem sido importante para estudos toxicológicos e neuropsiquiátricos. O peixe-zebra (Danio rerio) é um pequeno teleósteo amplamente utilizado na pesquisa de neurociência comportamental, pois apresenta conservação na fisiologia, neurotransmissores caracterizados e genoma completamente sequenciado e similar aos humanos (70%). Considerando que muitas doenças neuropsiquiátricas apresentam alterações em parâmetros comportamentais e bioquímicos, o estudo sobre os efeitos promovidos por doses subanestésicas de cetamina em peixe-zebra é relevante. Assim, investigou-se os efeitos da exposição à cetamina por 20 min (0, 2, 20 ou 40 mg/L) aguda e repetidamente (7 dias) na agressividade, locomoção, comportamento estereotipado, consolidação da memória e na ansiedade. Além disso, analisamos os níveis de cortisol em corpo inteiro e a atividade da acetilcolinesterase em encéfalo de peixes-zebra adultos. Resultados da exposição aguda mostram um aumento nos fenótipos de agressividade induzido pelo espelho na concentração de 2 mg/L e redução nas concentrações de 20 e 40 mg/L; observamos também um aumento do comportamento estereotipado de nado circular em peixes expostos a concentração de 40 mg/L, e alterações nos parâmetros motores devido a hiperlocomoção nas concentrações de 20 e 40 mg/L. A consolidação da memória foi prejudicada pela exposição à concentração de 40 mg/L. Nenhuma das concentrações alterou a atividade da acetilcolinesterase. Os resultados da exposição repetida mostram que os parâmetros comportamentais como locomoção, agressividade e ansiedade, juntamente com dosagem de cortisol e atividade da acetilcolinesterase não foram alterados pela exposição a cetamina. No entanto, os animais expostos a concentração de 40 mg/L apresentaram comportamento estereotipado. Em suma, verificamos que as alterações comportamentais induzidas pela cetamina dependem da tarefa comportamental e da dose testada. Tomando em conjunto, podemos sugerir que este modelo animal pode ser útil para investigar os efeitos de concentrações subanestésicas de cetamina sobre parâmetros comportamentais; porém, concentrações intermediárias em relação as que foram usadas nesse estudo, outras tarefas comportamentais, assim como outros intervalos de exposição precisam ser estudados.
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