Conhecimento, percepção e confiabilidade de cirurgiões dentistas em relação ao diagnóstico realizado através da inteligência artificial
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Date
2021-12-16Primeiro membro da banca
Henz, Bernardo
Segundo membro da banca
Melo, Daniela Pita de
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Introdução: O tratamento de saúde começa com o diagnóstico correto, baseado nos sinais
e sintomas clínicos e exames complementares. Nesse contexto, a inteligência artificial
(IA) vem apresentando potencial para reduzir a variabilidade decorrente do examinador,
melhorando, assim, o diagnóstico obtido com os exames de imagem. Objetivo: O objetivo
deste estudo foi avaliar o conhecimento, a percepção e a confiabilidade dos dentistas
brasileiros em relação ao diagnóstico realizado por meio da IA. Materiais e métodos:
Foi realizado um estudo observacional transversal por meio do envio de questionários
eletrônicos. Dentistas cadastrados no Brasil foram convidados a participar. O
recrutamento foi realizado por meio de convite nas redes sociais (Facebook, Whatsapp e
Instagram), permitindo maior heterogeneidade dos participantes. Os questionários,
desenvolvidos no 'Google Forms', incluíam questões demográficas, qualificação
profissional e afirmações sobre conhecimento, utilidade e confiança sobre IA. Após
avaliação descritiva dos dados, a variável nível de conhecimento sobre IA foi comparada
com as demais variáveis por meio do teste do qui-quadrado. Resultados: Um total de 635
questionários foram respondidos. A maioria dos dentistas era do sexo feminino (64,5%),
com média de idade de 40 anos (23 a 81 anos) e com alguma formação complementar. A
maioria dos entrevistados acredita que a IA está sendo usada no quotidiano (89,5%) e na
odontologia (87,9%), mas 69,3% dos participantes responderam que têm pouco ou muito
pouco conhecimento sobre IA e 84,6% afirmaram nunca ter tido aulas sobre IA. A maioria
dos participantes concordou com o uso de IA para tornar o diagnóstico mais confiável
(89,7%), principalmente quando usada em conjunto com o diagnóstico realizado pelo
clínico (94,5%). Porém, 76,3% dos participantes responderam que em caso de
discordância entre o diagnóstico do profissional e o IA, eles não aceitariam o diagnóstico
da IA como definitivo. Maior nível de conhecimento sobre IA mostrou associação com
disposição para incorporar IA na Odontologia (P = 0,002), aceitação do diagnóstico da
IA como definitivo em caso de discordância com o diagnóstico do profissional (P =
0,001), indisponibilidade de dados digitalizados (P = 0,004) e falha na proteção de dados
(P = 0,007); menor conhecimento relatado foi relacionado ao aumento de despesas (P
<0,001) e redução no número de empregos (P = 0,004). Conclusão: A maioria dos
dentistas acredita que a IA é uma ferramenta para tornar o diagnóstico ainda mais
confiável se usada em conjunto com o diagnóstico do profissional. Profissionais que
possuem mais conhecimento sobre IA estão mais dispostos a incorporar essa tecnologia
em sua prática e são mais propensos a aceitar o diagnóstico da IA como definitivo em
caso de discordância com o diagnóstico do profissional. Assim, o presente estudo adverte
quanto à necessidade de fornecer mais conhecimento sobre IA aos dentistas brasileiros.
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