Valor da marca e desempenho financeiro: desenvolvimento de um experimento quase natural no contexto norte-americano
Fecha
2021-11-26Primeiro membro da banca
Sonza, Igor Bernardi
Segundo membro da banca
Silveira, Cleo Schmitt
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As marcas são ativos intangíveis importantes capazes de impactar de maneira significante o desempenho da firma, de forma que a construção e a gestão do valor da marca tornaram-se prioridade para empresas de todos os tamanhos, dentro de uma variedade de indústrias e mercados. No entanto, apesar do reconhecimento da importância da estimativa do valor da marca, a quantificação dos retornos das atividades de marketing em termos financeiros ainda representa um desafio. Neste contexto, o presente estudo busca contribuir com a literatura ao aproximar as áreas de marketing e finanças, investigando se empresas detentoras de marcas valiosas apresentam desempenho contábil e de mercado superior a empresas não valiosas, utilizando um experimento quase-natural por meio da metodologia Diferenças-em-diferenças (DID), comumente aplicado em estudos de cunho financeiro, a partir da publicação das marcas mais valiosas divulgadas pela Brand Finance, BrandZ e Interbrand. A amostra foi composta por empresas de capital aberto que negociam suas ações em bolsas de valores norte-americanas. Os dados foram coletados das bases Thomson e Economatica, englobando um período de 25 anos. As empresas foram classificadas em dois grupos: tratamento (empresas consideradas valiosas) e controle (empresas não consideradas valiosas). Os resultados da estatística descritiva mostraram que as empresas de marcas valiosas, durante todo o período, apresentaram maior valor de mercado e maior fluxo de caixa, bem como Ativos Totais e Patrimônio Líquido mais elevados, corroborando com a premissa de que marcas fortes são mais rentáveis, sendo capazes de aumentar a receita líquida da empresa. Além disso, as empresas valiosas se mostraram mais alavancadas, corroborando com a Teoria de Trade-Off, a qual sugere que empresas com boa reputação no mercado e mais rentáveis podem utilizar maiores níveis de dívida, devido à vantagem fiscal referente à maior dedutibilidade tributária dos juros. Os resultados do modelo DID apontaram que após o marco da Interbrand a diferença encontrada no Q de Tobin foi positiva (a 1% de significância estatística), assim como também após o marco da Brand Finance, a diferença em Ativos Intangíveis foi positiva (a 1% de significância). No entanto, após o marco da Interbrand, a diferença encontrada no Fluxo de Caixa Livre foi negativa (a 1% de significância) e após o marco da Brand Finance, a diferença observada no Fluxo de Caixa Livre e no Q de Tobin foi também negativa (a 5% e a 1% de significância, respectivamente). Os resultados negativos observados na variável Fluxo de Caixa Livre podem estar relacionados à preferência da firma por recursos internos para financiar investimentos e encontram respaldo na Teoria de Pecking Order. Além disso, os resultados do modelo DID podem estar associados à maturidade do mercado norte-americano, composto por empresas estabelecidas e reconhecidas internacionalmente, de forma que a publicação dos rankings representa apenas um endosso à posição que essas empresas já ocupam.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: