Estimulação transcraniana na disartria decorrente da doença de Parkinson: estudo de casos
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Data
2022-02-25Primeiro coorientador
Cielo, Carla Aparecida
Primeiro membro da banca
Ortiz, Karin Zazo
Segundo membro da banca
Belan, Ariella Fornachari Ribeiro
Metadata
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A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais
recorrente em pessoas com mais de 60 anos. O diagnóstico da DP é clínico e se dá
pela presença de sintomas de tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e alteração
de equilíbrio postural. Alterações nos subsistemas motores da fala também são
alterações comuns na DP. Essas alterações se caracterizam como disartria. Como
uma opção não invasiva e de custo reduzido em relação à estimulação cerebral
profunda, a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS) tem sido
explorada como recurso terapêutico para a DP. Estudos apontam que a tDCS
promove melhorias nos sintomas motores globais do Parkinson. No entanto, não há
estudos que apliquem esta técnica com intuito de intervir na disartria. Desta forma, o
objetivo do presente estudo foi comparar os resultados de diferentes desenhos de
tratamento para disartria em sujeitos com DP, envolvendo terapia fonoaudiológica
convencional e tDCS e um controle. Trata-se de uma pesquisa analítica,
observacional transversal, descritiva, de intervenção e quantitativa. Quatro sujeitos
do sexo masculino com DP, com idades entre 68 e 79, foram avaliados e
reavaliados com o Protocolo de Avaliação da Disartria, o Protocolo de Inteligibilidade
de Fala, o Protocolo Consenso da Avaliação Perceptivoauditiva da Voz e por análise
vocal acústica de fonte glótica. Cada sujeito foi designado a um desenho de estudo
diferente: um sujeito controle (S1); um sujeito submetido a 10 sessões de 20 minutos
de tDCS (S2); um sujeito submetido a 10 sessões de 20 minutos de tDCS e terapia
fonoaudiológica para disartria concomitante (S3); e um sujeito foi submetido a 25
sessões de 50 minutos de terapia fonoaudiológica convencional (S4). Foram
verificados o efeito imediato após as sessões e os efeitos após 30 dias de
intervenção. Observou-se melhora de todos os subsistemas da fala nos sujeitos que
receberam algum tipo de intervenção. S2 teve número maior de melhoras de tempo
de fonação, movimento velar e na avaliação de disartria, seguido de S3. Na análise
vocal acústica de fonte glótica, o desvio-padrão da frequência fundamental,
frequência fundamental máxima, Jitter, Shimmer e medidas de ruído foram aspectos
que melhoraram com algum tipo de intervenção, em S3 na avaliação imediata pósintervenção e após, 30 dias, seguido de S2 na avaliação imediata pós-intervenção.
No entanto, apenas a terapia convencional possibilitou mudança na gravidade da
apresentação da disartria. A terapia fonoaudiológica convencional, aliada à técnica
da tDCS, e a terapia somente com tDCS apresentaram maiores impactos na fala e
voz do que somente a terapia convencional.
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