Impacto da pandemia de Covid-19 na qualidade de vida relacionada à saúde bucal de adolescentes de Santa Maria - RS
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Data
2022-08-22Primeiro membro da banca
Goettems, Marilia Leão
Segundo membro da banca
Ortiz, Fernanda Ruffo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Em dezembro de 2019, o mundo se deparou com o surgimento de um novo patógeno na
China, causador da doença Covid-19. Em março de 2020 foi decretado estado de pandemia e
algumas medidas foram implementadas para frear a propagação do vírus. Uma dessas medidas
foi o distanciamento social, que estabelece limites na convivência entre as pessoas. Essas ações
resultaram em consequências psicológicas, físicas, sociais e econômicas, que influenciaram na
saúde geral e bucal das populações. O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto da pandemia
de Covid-19 na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB) de adolescentes da
cidade de Santa Maria – Rio Grande do Sul ao longo de um ano e três meses após o seu início.
Este é um estudo longitudinal, que considerou uma subamostra de uma coorte. Especificamente
para este estudo, essa subamostra foi avaliada em três tempos diferentes: dezembro de 2019 a
fevereiro de 2020 – antes do surto de Covid-19 (T1), junho e julho de 2020 - 3 meses (T2) e
junho e julho de 2021 - 1 ano e 3 meses (T3) após o início da pandemia de Covid-19. A pesquisa
contou com 290 adolescentes no T1, desses, 207 foram reavaliados no T2 e 204 no T3. A
QVRSB foi avaliada através da versão brasileira reduzida do Child Perception Questionnaire
11-14 (CPQ11-14 - ISF:16). Além disso, variáveis socioeconômicas, clínicas e demográficas,
como renda familiar, cárie dentária e idade do adolescente também foram coletadas. A análise
dos dados foi realizada no STATA 14.0. Foi feita uma análise descritiva da amostra de acordo
com as características avaliadas em T1, T2 e T3. As mudanças na QVRSB nas três etapas foram
avaliadas por modelos multiníveis, ajustados, de regressão de Poisson para medidas repetidas,
com efeito aleatório. Os resultados foram apresentados como razão de médias (RM) e intervalo
de confiança de 95% (IC 95%). Considerando as pontuações totais do CPQ11-14 ao longo do
acompanhamento, o escore médio foi de 11 (DP 8,0) em T1, 8,3 (DP 7,8) em T2 e 12,8 (DP
8,7) em T3. Na análise ajustada, quando comparado com T1, os adolescentes apresentaram uma
média 29% menor (RM 0,71 95%IC 0,66–0,75) e 11% maior (RM 1,11 95%IC 1,05–1,17) nos
escores totais do CPQ 11-14, em T2 e T3, respectivamente. Ao analisarmos os domínios do
CPQ11-14, o domínio bem-estar emocional teve um escore médio 43% menor (RM 0,57 95%IC
0,50-0,66) e 25% maior (RM 1,25 95%IC 1,12-1,40) em T2 e T3, respectivamente, quando
comparados com T1. Sobre o domínio bem-estar social, quando comparado com T1, a média
foi 44% menor (RM 0,56 95%IC 0,47-0,68) em T2 e em T3 17% maior (RM 1,17 95%IC 1,01-
1,35). Assim, pode-se concluir que, ao longo da pandemia de Covid-19, houve uma melhora na
QVRSB e nos domínios de bem-estar social e emocional como efeito imediato, porém após 1 anos
e 3 meses de seu início, as condições bucais passaram ter um maior impacto negativo na
qualidade de vida dos adolescentes.
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