Environmental, social, governance (ESG) e desempenho corporativo: uma análise na perspectiva da folga financeira e da remuneração dos executivos
Fecha
2022-09-22Primeiro membro da banca
Ávila, Lucas Veiga
Segundo membro da banca
Lunardi, Micheli Aparecida
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
A crescente atenção dada às questões atreladas à sustentabilidade levou a uma ampliação da
divulgação de informações relativas a ações ambientais, sociais e de governança das
organizações. Neste contexto, muito se discute na literatura se as divulgações ESG realmente
contribuem ou oneram o desempenho corporativo, além de se avaliar quais seriam os possíveis
impulsionadores. A presença de folga financeira pode trazer maior flexibilidade com a
aplicação de recursos, podendo usá-los em atividades ESG. Por sua vez, a remuneração de
executivos pode atuar como mecanismo de alinhamento na supressão de conflito de interesses
entre agente e principal, impulsionando atividades sustentáveis. Assim, o objetivo deste
trabalho é analisar o efeito moderador da folga financeira e da remuneração dos executivos na
relação entre ESG e desempenho econômico-financeiro e de mercado em empresas brasileiras.
A amostra desbalanceada constituiu-se de 107 empresas listadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3),
no período de 2016 a 2021, totalizando 483 observações anuais. Para a análise dos dados,
realizou-se a regressão linear por Mínimos Quadrados Ordinários (OLS). Os resultados, no
geral, indicam que as atividades ESG (geral e pilares ambiental, social e governança) impactam
positivamente o desempenho corporativo (econômico-financeiro: ROA e ROE; e, de mercado:
Q de Tobin e Market to Book) em empresas brasileiras, além de a folga financeira e a
remuneração de executivos, serem propulsoras da relação entre ESG e desempenho corporativo.
Esses resultados indicam que organizações com recursos excedentes e mecanismos
remuneratórios adequados tendem a realizar ações ambientais, sociais e de governança e
consequentemente, gerar retornos positivos no desempenho corporativo. Entretanto, pode-se
presumir duas possibilidades: a existência de recursos excedentes é mais relevante do que uma
política remuneratória consolidada, ou as práticas desempenhadas pelas empresas analisadas,
não estão conseguindo atender todos os aspectos de incentivos salariais capazes de impulsionar
a relação ESG-desempenho corporativo. Tal presunção se deve aos efeitos mais predominantes
da variável folga financeira nas relações analisadas. Além disso, devido à baixa significância
obtida nas relações com o score governança, pode-se pressupor que este pilar tem carências de
pontos de implementação ou os já aplicados não estão sendo executados adequadamente. Os
achados desta pesquisa incentivam investimentos sustentáveis e buscam promover a
continuidade das empresas brasileiras, visto os efeitos benéficos das práticas ESG no
desempenho corporativo. Outrossim, os resultados contribuem com os investidores e acionistas
ao revelar que estes devem levar em consideração as características empresariais ao decidirem
sobre seus investimentos, a fim de analisar com maior cautela para contextos de escassez de
recursos, menores índices ESG e remunerações de executivos que não geram congruência entre
objetivos organizacionais e pessoais do executivo.
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