Desfecho e profilaxia com AAS em gestantes com cálculo de risco para pré-eclâmpsia
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Date
2023-04-14Primeiro membro da banca
Resener, Elaine Verena
Segundo membro da banca
Haeffner, Leris Salete Bonfanti
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A pré‐eclâmpsia (PE) é uma síndrome obstétrica multissistêmica, que ocorre a partir da
vigésima semana de gravidez. Caracterizada por hipertensão e proteinúria, podendo
comprometer fígado, rins, coração e o sistema circulatório e complicar com eclâmpsia e lesão
cerebral, aumentando a morbimortalidade materno e neonatal. Estudos demonstram que o ácido
acetilsalicílico (AAS) em baixas doses, iniciado antes de 16 semanas de gestação, diminui a
incidência de PE e PE precoce. O objetivo deste estudo foi rastrear as gestantes por meio do
algoritmo de cálculo de risco para PE da Fetal Medicine Foundation (FMF) orientando a
profilaxia com AAS nas classificadas como alto risco para PE e avaliando o desfecho
gestacional. Neste estudo prospectivo, observacional, participaram 134 gestantes que
realizaram ultrassom morfológico do 1º trimestre com idade gestacional entre 11+0 e 13+6
semanas no ambulatório de Medicina Fetal do Hospital Universitário de Santa Maria. Todas
responderam a um questionário para inserir os dados no algoritmo, foi verificada a pressão
arterial média materna e realizados ultrassom morfológico e DOPPLER transabdominal
colorido para medir o índice de pulsatilidade das artérias uterinas. Não foram incluídos
parâmetros bioquímicos. As gestantes triadas como alto risco, receberam orientação de uso da
profilaxia com AAS na dose de 150 mg/dia até as 36+0 semanas de gestação. Foram divididas
em grupos: PE precoce: ≤ 34+0; PE intermediária: 34+1 a 36+6; PE tardia: ≥ 37+0 semanas de
gestação. No estudo, 53,7% das gestantes foram classificadas como baixo risco e destas,
77,78% não tiveram PE e quando ocorreu, a maioria era PE tardia. Removendo a influência do
AAS, o algoritmo da FMF apresentou 76% de acurácia, 58% de especificidade, 82% de
sensibilidade, 87% de valor preditivo positivo e 48% de valor preditivo negativo. As doses
prescritas de AAS foram 50, 81, 100 e 150 mg/dia à noite, sendo que quando comparadas as
mais utilizadas (100 e 150 mg) não houve diferença significativa (p=0,5) entre elas na
prevenção da PE. Das gestantes que aderiram à profilaxia, 70,21% não tiveram PE, 21,28% fizeram PE
tardia e 2,12% PE precoce e tiveram 5,3 vezes mais chance de não desenvolver PE do que quem
não aderiu. Das que não aderiram, 69,23 % apresentaram PE mesmo que tardia e tiveram 7,43 vezes
mais chance de ter PE Tardia do que não ter PE e assim como 430,36% mais chance de ter PE
do quem aderiu ao AAS. Para as que aderiram ao AAS a chance de PE tardia é 900% maior que
PE precoce e 233% maior que PE Intermediária e para as que não aderiram é 132% a chance
de ter PE. O AAS reduziu a incidência de PE em 56,97%. O algoritmo foi considerado um
excelente método para triagem de PE no primeiro trimestre de gestação. As complicações
maternas e neonatais tiveram relação com a PE, porém não com o uso do AAS.
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