Fitoquímica e atividades antirradicalar, fotoprotetora e antibacteriana de Ruellia angustiflora (Nees) Lindau ex Rambo
Fecha
2023-09-01Primeiro membro da banca
Carvalho, Camilo Amaro de
Segundo membro da banca
Cardoso, Carmem Dickow
Terceiro membro da banca
Silva, Elisabete de Avila da
Quarto membro da banca
Bauermann, Liliane de Freitas
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O uso de plantas por suas propriedades medicinais é tão antigo quanto a própria humanidade.
Ruellia angustiflora (Acanthaceae) é uma espécie conhecida popularmente como “flor-defogo” e utilizada na medicina tradicional como cicatrizante de feridas. No entanto, poucos
estudos são encontrados na literatura acerca de sua composição química e atividades biológicas.
Assim, este trabalho teve como objetivo realizar um estudo fitoquímico e determinar as
atividades antirradicalar, fotoprotetora e antibacteriana da raiz (Ra-R), caule (Ra-C) e folhas
(Ra-F) desta espécie. As extrações (0,2%; 1% e 5%) foram realizadas em banho de ultrassom e
etanol 95% como solvente, e o processo foi acompanhado para a determinação do tempo ideal,
por 5 horas. Foi determinado o teor de compostos fenólicos totais, flavonoides e taninos, e a
caracterização dos extratos foi realizada por CLAE-UV. A atividade antirradicalar foi
determinada pelo método do DPPH, a atividade fotoprotetora in vitro foi avaliada por
espectrofotometria e a atividade antibacteriana foi realizada pelo método de perfuração em ágar.
As taxas de extração foram mais acentuadas nos primeiros minutos, mas após 60 minutos
permaneceram praticamente estáveis. Assim, 60 minutos foi considerado o tempo ideal de
extração, visando a otimização do processo. A razão sólido/líquido também foi um parâmetro
analisado, e de acordo com a eficiência de extração, rendimento e custo-benefício, priorizaramse os extratos a 1% (m/v) para a realização dos testes adicionais. Na análise fitoquímica, Ra-R
demonstrou a maior quantidade de compostos fenólicos, e Ra-F apresentou a maior quantidade
de flavonoides. Não foram identificados taninos condensados nos extratos. A cinética da reação
do DPPH com os extratos apresentou comportamento bifásico, com um rápido decaimento da
concentração do radical nos primeiros minutos, seguidos por uma etapa lenta. Ra-R e Ra-F
apresentaram valores de IC50 semelhantes, enquanto Ra-C mostrou valores maiores, o que se
deve, provavelmente, ao seu menor teor de compostos fenólicos totais. Foram identificados
cinco compostos fenólicos nos extratos: ácido cafeico, ácido ferúlico (pico principal), rutina,
quercetina e luteolina. Por meio do screening DPPH-CLAE, foi observado que o ácido ferúlico,
a rutina e a quercetina são os principais responsáveis pela atividade antiradicalar dos extratos.
Os extratos apresentaram significativa absorção na região UV do espectro e atividade
fotoprotetora relevante, com destaque para Ra-F (FPS = 23), possivelmente devido ao seu alto
teor de flavonoides. Também foi verificada a atividade antibacteriana dos extratos frente a
bactérias Gram-positivas Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes, espécies
frequentemente associadas a infecções cutâneas, e Ra-R mostrou halo de inibição similar à
eritromicina sobre S. pyogenes. Os extratos foram inativos frente a bactérias Gram-negativas
pelo método utilizado. Em conjunto, estes dados revelam o potencial de Ruellia angustiflora
como ativo para o desenvolvimento de formulações multifuncionais.
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