Efeito da submersão em espécies reófitas utilizadas em obras de engenharia natural no sul do Brasil
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Date
2023-08-29Primeiro membro da banca
Denardi, Luciano
Segundo membro da banca
Avila, Bruna Balestrin Piaia
Metadata
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A Engenharia Natural é uma disciplina que tem objetivos técnicos, ecológicos, estéticos e econômicos
e que aproveita as múltiplas funções das plantas para suas obras. Dentre as aplicações da Engenharia
Natural, destaca-se a revegetação de taludes lacustres, que naturalmente enfrentam os efeitos
adversos causados pela oscilação do nível da água e pelas ondas que imprimem energia em suas
margens. Para estudar os efeitos que a submersão causa em espécies utilizadas em obras de
Engenharia Natural no sul do Brasil, as espécies Caliandra brevipes (Benth.), Gymnanthes schottiana
Müll. Arg., Mimosa pigra L. e Phyllanthus sellowiannus (Klotzsch) Müll. Arg. foram submetidas a quatro
níveis de submersão simulada: TE – testemunha (irrigação normal); CO - Lâmina d’água ao nível do
colo da muda; SP – Submersão parcial, lâmina d’água cobrindo 50% da muda; ST – Submersão total,
lâmina d’água cobrindo 100% da planta, durante três períodos distintos: 15, 30 e 45 dias. O
delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com dois fatores: nível e período de
submersão. As análises realizadas foram: taxa de sobrevivência (%), altura (cm), diâmetro (mm), massa
foliar verde (MFV) (g), massa de raízes verde (MRV) (g), fluorescência inicial (Fo), fluorescência
máxima no claro (Fm), rendimento quântico máximo do PSII (Fv/Fm), fluorescência máxima no escuro
(Fm’), teor de clorofilas a (Chl a), b (Chl b), totais (Chl total) e teor de carotenoides. Observou-se, aos
45 dias no tratamento submersão total, acentuada queda de folhas em C. brevipes e M. pigra. Com
isso, as análises de fluorescência da clorofila a e teor de pigmentos fotossintetizantes não puderam ser
continuadas. Em M. pigra verificou-se 62,5% de mortalidade no tratamento ST. Aos 30 dias, o MRV foi
estimulado em C. brevipes, sendo observadas no tratamento SP as maiores médias. G. schottiana e
P. sellowiannus mantiveram as taxas de sobrevivência em 100%. O atributo Chl a diminuiu ao
aumentar-se a lâmina d’água, juntamente com os níveis de Fo e Fm, indicando que a captação de luz
pode ter sido afetada pela submersão. Porém, os níveis de Fv/Fm mantiveram-se sem diferenciação,
indicando que a produção de energia não foi afetada pelo estresse. Os resultados indicam que a C.
brevipes e M. pigra devem ser utilizadas em cotas mais altas, onde o nível da lâmina d’água alcance
no máximo 50% da altura da planta, por até 45 dias, enquanto que G. schottiana e P. sellowiannus
podem ser utilizadas em cotas mais baixas, podendo suportar o estresse de submersão durante 45
dias com o nível da lâmina d’água cobrindo 100% das mudas.
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