A atuação das mulheres no movimento de libertação nacional Sul-Africano: uma análise da violência nos cartazes
Resumen
Os movimentos de libertação nacional (MLN) fazem parte de um importante processo social organizado em prol da liberdade e institucionalização da nação. Esse trabalho pretende analisar e discutir, a partir de lentes feministas pós-coloniais, qual foi a atuação das mulheres neste processo, observando como houve uma articulação mobilizadora especialmente na África do Sul. Para além disso, visando se apropriar de uma análise crítica, busca-se observar como o conceito de violência pode ser visto criticamente dentro do contexto terceiro mundista e das relações de poder e dominação perante o Norte e o Sul global. A hipótese do trabalho é de que a relação emancipatória do uso da violência pode ser observada nos movimentos sociais organizados que compõem e articulam os MLN africanos. Isto porque visualiza-se a violência não só como parte de opressão e subordinação ao Outro, mas também como uma forma de luta e resistência à violência colonialista. Sendo assim, os movimentos sociais que compõem o movimento de libertação nacional, em especial o Congresso Nacional Africano (CNA) compõe um movimento plural em suas diferentes interpretações de resolução, as quais refletem nos objetivos finais destes. O estudo justifica-se pelo potencial inovador no uso de uma perspectiva crítica e feminista, buscando ampliar o olhar interdisciplinar das Relações Internacionais. Dessa maneira, será feito um estudo de caso que visa examinar o caso sul-africano, em especial o CNA, a fim de confirmar ou não a hipótese acima mencionada. Para isso, faz-se uma revisão bibliográfica histórica sobre o contexto de independência na África Austral, em especial na África do Sul, analisando os condicionantes internos organizacionais dos movimentos. Posteriormente, faz-se uma Análise de Discurso tendo como fontes primárias os cartazes de articulação tanto do CNA, como de seu braço armado Umkhonto we Sizwe (MK) a fim testar a hipótese central do trabalho, averiguando sua relação com o conceito de violência e de emancipação em uma perspectiva crítica.
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