A psicologia nos CRAS na região centro-oeste do Rio Grande do Sul: práticas, saberes e potencialidades
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2024-03-08Primeiro membro da banca
Sawaia, Bader Burihan
Segundo membro da banca
Rossato, Caroline Rubin
Terceiro membro da banca
Oliveira, Isabel Fernandes de
Quarto membro da banca
Cruz, Lílian Rodrigues da
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a unidade pública da Proteção Social
Básica que acompanha populações em situações de vulnerabilidade social decorrentes da
pobreza, fragilização de vínculos e/ou privações. A partir da Norma Operacional Básica de
Recursos Humanos, formalizou-se a composição da equipe técnica de nível superior do CRAS,
incluindo a psicologia e o serviço social. Apesar de concentrar um amplo quantitativo de
profissionais no mercado de trabalho, esse nível de Proteção Social permanece como lócus de
grandes desafios para a profissão, ainda que se reconheçam avanços significativos. Esse aspecto
pode ser melhor compreendido através de um estudo de metassíntese qualitativa, o qual
possibilitou obter um panorama das pesquisas realizadas na pós-graduação brasileira a respeito
do tema, bem como auxiliou no reconhecimento de pontos a serem explorados. A partir disso,
o objetivo desta tese foi analisar as práticas e saberes do trabalho da psicologia nos CRAS da
região centro-oeste do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi de abordagem qualitativa e
participaram dezesseis profissionais da psicologia que atuam em oito municípios, os quais
foram sorteados - em plataforma online - para compor o estudo. Sobre os participantes: quatorze
eram do sexo feminino e dois do sexo masculino, quanto ao vínculo empregatício: onze eram
estatutárias e as demais englobaram contrato por tempo determinado, terceirizado e consórcio.
Como instrumento de coleta de informações utilizou-se a entrevista, a qual foi composta por
dois momentos, o primeiro contemplou uma caracterização pessoal e o segundo a entrevista
dialógica. A análise das informações foi organizada por meio de trilhas hipotéticas, indicadores
e zonas de sentido conforme a perspectiva construtivo-interpretativa. Os resultados foram
apresentados em três artigos. O primeiro deles propôs a analisar o perfil profissional da
psicologia nos CRAS, sendo identificado um movimento de mudança quanto ao perfil, o qual
parece estar mais próximo das demandas de atuação nesse contexto. As profissionais
identificaram que na “caixa de ferramentas” para atuar no CRAS devem constar o olhar
ampliado, a escuta ativa e livre de julgamentos, a dinamicidade e a criatividade. O segundo
artigo buscou analisar as potencialidades e práticas vivenciadas pelas psicólogas que atuam nos
CRAS, identificando-se profissionais com mais apropriação e sintonia quanto à política de
Assistência Social, afirmando o espaço conquistado na equipe psicossocial. Evidenciou-se
ainda a parceria com as assistentes sociais, a escuta nos acolhimentos, as visitas domiciliares e
a prática grupal. O terceiro artigo buscou identificar as percepções quanto às relações
estabelecidas a partir do trabalho com o território, os usuários e a gestão. As profissionais
sinalizaram aspectos a respeito dessas relações, assumindo uma leitura macro socioestrutural,
uma compreensão empática em relação aos usuários e um posicionamento crítico quanto às
arestas ainda abertas em relação à gestão municipal e a compreensão desta sobre o SUAS. As
considerações finais evidenciaram que foi possível identificar avanços no sentido de uma
psicologia capaz de estar atenta às particularidades do campo e mais proativa reconhecendo
criticamente a realidade neoliberal e seus limites, estando disposta a construir e reconstruir seus
saberes e práticas cotidianamente.
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