Espécies vegetais para o manejo biotécnico de taludes e aspectos ambientais associados
Fecha
2013-03-04Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Este trabalho teve como objetivo geral investigar a aptidão de espécies de plantas
para o manejo biotécnico de taludes em latossolo. Os estudos iniciaram em março de 2009,
na região de Cruz Alta-RS, Sul do Brasil (28°23 28,14 S e 53°22 25,61 O), incluindo o
levantamento dos problemas ocorrentes nos taludes, a fixação de critérios para a escolha de
espécies vegetais, a busca e seleção de espécies vegetais com características desejáveis, o
teste a campo de quatro espécies selecionadas e a observação de aspectos ambientais
relevantes. Os principais tipos de problemas encontrados foram: erosão laminar e por sulcos
e falta de estabilidade do talude, causados principalmente pela falta de cobertura vegetal,
inclinação excessiva da rampa, escoamento de águas de montante, dessecação, uso e
manutenção de técnicas deficientes. Os critérios de seleção de espécies envolveram
aspectos biotécnicos, biológicos, ecológicos e socioeconômicos, priorizados de acordo com
as necessidades de cada caso. As espécies Ipomea cairica, Pyrostegia venusta, Hedera
canariensis, Mikania glomerata, Baccharis trimera, Petunia integrifolia, Rhynchosia
corylifolia, Acanthospermun australe, Sambucus australis, Ateleia glazioviana, Hibiscus rosasinensis
e Lagerstroemia indica, pelas suas ocorrências, freqüências, formas e
crescimentos, apresentaram potencial de uso no manejo biotécnico de taludes. Os taludes
podem apresentar variações de fertilidade, temperatura e umidade em níveis capazes de
comprometer o desenvolvimento da revegetação natural ou cultivada. A orientação
geográfica do talude e a ocorrência de arborização podem influenciar significativamente
estes fatores. Ateleia glazioveana, Baccharis trimera, Pyrostegia venusta e Cynodom
plectostachyus, apresentaram características que as tornam aptas para o emprego no
manejo biotécnico de taludes em latossolo. De acordo com as condições em que os estudos
foram realizados, pode-se concluir que os resultados obtidos permitem confirmar a hipótese
de que há espécies vegetais no sul do Brasil aptas para o manejo biotécnico e recuperação
de áreas degradadas em taludes e que ainda não são convencionalmente utilizadas; para o
cultivo de plantas em talude, recomenda-se o emprego de mudas, a fertilização do solo e o
plantio nos períodos menos rigorosos, como práticas importantes para garantir boa
sobrevivência, acelerar o crescimento vegetativo e otimizar os efeitos protetores, durante o
período inicial de desenvolvimento. Sugerem-se maiores estudos sobre o manejo biotécnico
destas espécies em taludes, principalmente quanto à eficiência dos diferentes métodos de
propagação e das melhores formas de implantação e utilização.