Revolução científica do PPGExR: a emergência de novo paradigma para extensão rural
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2013-03-26Metadatos
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Foi em um contexto de desarticulação da produção agropecuária e da apropriação dessa por
empresas capitalistas que surgiu a extensão rural cooperativa nos Estados Unidos da América. Esse
modelo, chamado clássico, serviu de base à extensão rural no Brasil e foi, posteriormente, substituído
pelo modelo difusionista-inovador, proposto Everett M. Rogers, e que tornou hegemônico o
paradigma de difusão de inovações para a comunidade científica da extensão rural. Essa comunidade
científica é, também, representada pelos cursos e programas de pós-graduação em extensão rural. Uma
comunidade científica, segundo Thomas Kuhn (2007) caracteriza-se como: um grupo de praticantes
de uma mesma especialidade científica sendo que possuem algumas características, quais sejam:
uma educação que foi semelhante e que fez com que partilhassem da mesma literatura e certamente
de semelhantes técnicas que irão balizar seu trabalho. Essa comunidade científica desenvolve um
número considerável de pesquisas, anualmente, e é nesse sentido que se torna importante a proposta
desse estudo em sistematizar os trabalhos das dissertações de mestrado publicadas no âmbito do
Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural PPGExR da UFSM, em um período temporal de
35 anos, com o objetivo de: investigar, a partir de análise das dissertações produzidas, especificamente
sobre a temática de extensão rural, no PPGExR a existência de elementos que possam caracterizar
períodos de uma revolução científica, na concepção de Thomas Kuhn (2007). Para tanto, foi utilizada
uma abordagem de pesquisa qualitativa. O procedimento amostral adotado foi o intencional,
selecionando-se aquelas dissertações que continham, no título do trabalho, os termos: extensão rural,
extensionista ou assistência técnica e extensão rural ATER. Foram elaborados quatro mapas
conceituais identificados em cada um dos quatro diferentes períodos pelos quais o PPGExR passou.
Os conceitos contidos neles demonstraram o seguinte: no período I, a hegemonia do paradigma de
difusão de inovações, ou seja, a ciência normal; no período II, o surgimento de anomalias as quais o
paradigma dominante não consegue responder; no período III, a ciência extraordinária, em que é
tomada consciência das anomalias, caracterizando o momento de crise paradigmática, as descobertas
passam a ser levantadas e novos conceitos passam a ser incorporados; no período IV, os novos
conceitos estão incorporados e a ruptura com o paradigma de difusão de inovações diante da
emergência de um novo paradigma para a extensão rural é claro, está acontecendo a revolução
científica na extensão rural. Assim, conclui-se que a comunidade científica da extensão rural,
representada pelo PPGExR passou por um processo de revolução científica no sentido apontado por
Thomas Kuhn (2007), em que o paradigma de difusão de inovações foi abandonado por ela e um
paradigma emergente está se apresentando a essa comunidade científica. Embora seja ainda imaturo
indicar imperativamente a existência e a hegemonia do novo paradigma, o que se pode perceber, a
partir da discussão aqui colocada, é que esse novo paradigma possui uma orientação a partir da
Agroecologia, alicerçado no diálogo e uma educação libertadora e pode ser um paradigma de
sustentabilidade.