Epidemiologia de pacientes com câncer colorretal submetidos à tratamento cirúrgico em hospital de referência público no período de 5 anos
Abstract
O levantamento e conhecimento dos registros dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico para tumor maligno de cólon e reto são fundamentais para determinar o perfil epidemiológico dessa neoplasia maligna tão prevalente nos dias atuais. Conhecer esses dados é relevante para a estruturação de estratégias de prevenção e tratamento desta moléstia na população. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar as informações sobre os pacientes submetidos a colectomia e retossigmoidectomia por câncer colorretal no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) no período de 2010 a 2014. Trata-se de um estudo transversal, descritivo com dados obtidos de prontuários sobre o perfil demográfico, tempo de internação, quantidade e tipo de procedimento cirúrgico, estadiamento, localização e tipo histológico-patológico do tumor de cólon e reto entre outros. Foram realizadas 224 cirurgias de colectomia e retossigmoidectomia em pacientes portadores de neoplasia colorretal. A maioria (52,7%) dos pacientes era do sexo feminino. Quanto à procedência, 30,8% eram de Santa Maria, 11,2% do município de São Sepé e 58,0% de outra localidade do estado do Rio Grande do Sul. A média de idade dos pacientes foi de 63,2 anos, sendo que 97,7% tinham entre 40 e 89 anos, e a faixa etária mais frequente a de 60 a 69 anos (28,1%). Com relação ao tempo do inicio dos sintomas, tempo do diagnóstico ao tratamento cirúrgico, tempo de internação hospitalar e tempo do diagnóstico ao tratamento relacionado ao estadiamento não houve melhora nos índices do Serviço no decorrer dos anos analisados, pelo contrário, o tempo do diagnóstico até a cirurgia e o tempo de internação antes da cirurgia aumentaram, significativamente, de 2010 para 2012. Em relação a classificação de Dukes não houve diferença na evolução clínica no período estudado. Os resultados obtidos nesse estudo revelam a necessidade de reavaliação do Serviço de forma continuada, afim de que se possam desenvolver alternativas no sentido de melhorar o atendimento ao paciente portador de neoplasia do cólon e reto, além de, principalmente, buscar estratégias para o diagnóstico precoce.