A relação das habilidades do processamento auditivo com a consciência fonológica e com o desenvolvimento da fala
Fecha
2009-12-07Metadatos
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Este estudo teve como objetivo verificar a relação do processamento auditivo com a fonologia e a consciência fonológica em crianças monolíngües falantes do Português
Brasileiro. Estiveram envolvidos no estudo tanto sujeitos com desenvolvimento fonológico normal quanto desviante, sendo que nas crianças com desvios, objetivou-se identificar o
envolvimento das habilidades do processamento com as combinações de traços distintivos adquiridos e alterados. A pesquisa contou com um total de 44 sujeitos, com idades entre os 5 anos e os 7 anos, destros, sendo que 22 compuseram o grupo controle e 22 o grupo de estudo. O diagnóstico de desvio fonológico foi determinado pelas
avaliações fonoaudiológicas e exames complementares. Foi aplicado o Protocolo de Tarefas de Consciência Fonológica (PTCF), proposto por Cielo (2001), bem como a Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo, os testes especiais Teste PSI em português; Teste de fusão binaural; Teste de fala no ruído; Teste Dicótico de Dígitos; e o Teste de Dissílabos Alternados (SSW) do Processamento Auditivo Central: Manual de Aplicação, proposto por Pereira e Schochat (1997). Nos sujeitos com Desvios Fonológicos, ainda foi analisada a combinação dos traços distintivos por meio do Modelo Implicacional de Complexidade de Traços (MICT), elaborado por Mota (1996), bem como calculado o Percentual de Consoantes Corretas Revisado (PCC-R), de Shriberg et al. (1997). Os resultados obtidos, de forma geral, mostraram que o grupo com desvios fonológicos apresenta resultados no processamento auditivo e na consciência fonológica inferiores ao grupo com aquisição de fala típica. Quanto à consciência fonológica em relação ao processamento auditivo, esta pode não estar defasada em ambos os grupos. Em se tratando dos traços distintivos e suas combinações, de acordo com o MICT, notase
que algumas habilidades auditivas, principalmente a de ordenação temporal, podem estar correlacionadas, entretanto, não houve resultados estatisticamente significativos e acredita-se que o número amostral pequeno pode ter interferido nos valores. Por fim, é possível concluir que há uma estreita relação do processamento auditivo com a aquisição de fala, tanto de forma normal quanto de forma desviante, e que novos estudos podem aprofundar ainda mais nesta área ainda muito pouco explorada.