Estresse, coping, burnout, sintomas depressivos e hardiness entre discentes de enfermagem
Date
2012-01-10Metadata
Show full item recordAbstract
Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, do tipo exploratório, transversal,
com o objetivo de analisar estresse, coping, burnout, sintomas depressivos e hardiness entre
discentes de enfermagem. A pesquisa foi realizada numa universidade pública no interior do Rio
Grande do Sul. A coleta dos dados deu-se nos meses de abril e maio de 2011. Seguiu-se um
protocolo de pesquisa que consta de Formulário sociodemográfico e acadêmico dos discentes,
Instrumento para Avaliação de Estresse em Estudantes de Enfermagem, Inventário de
Estratégias de Coping, Inventário de Depressão de Beck, Maslach Burnout Inventory - Student
Survey e Escala de Hardiness. As variáveis sócio-demográficas, e acadêmicas bem como os
itens que compõem os instrumentos foram analisadas pelo programa pelo Statistical Analisys
System versão 9.1 e Statistica versão 7.1. A consistência interna das escalas foi atestada
pelo Coeficiente Alpha de Cronbach. A população do estudo foi composta por 130 discentes de
enfermagem, 86,92% do sexo feminino, 69,23% com idade entre 20 e 24 anos, 86,92%
solteiros, 93,08% sem filhos, 60% residem com familiares, 70,77% não praticam esporte,
68,46% realizam atividade de lazer, 64,62% participam de grupo de pesquisa/estudo, 64,62%
não recebem bolsa, 93,08% não possui outra atividade de trabalho, 89,23% não relatam
experiência profissional na área da saúde, 97,69% não frequentou outro curso superior, 86,92
estão satisfeito com o curso e 34,62% já pensou desistir do mesmo. Os discentes têm em média
22,5 anos. Estão matriculados em média em 5,30 disciplinas, levam 37,57 minutos para chegar a
universidade, estudam em média 2,19 horas por dia e dedicam 5,25 horas ao grupo de
pesquisa/estudos por semana. Dentre as situações que representam maior estresse, aquelas
vinculadas ao gerenciamento do tempo foram prevalentes e as situações referentes à
comunicação profissional foram avaliadas como as menos estressantes. Quanto às estratégias
de coping, identificou-se que o fator resolução de problemas, obteve maior média (1,72),
portanto, o fator mais utilizado pelos discentes. O fator confronto obteve a menor média (0,78),
sendo assim o fator menos utilizado por esta população. No que se refere à Síndrome de
Burnout 51,54% dos discentes possuem alta exaustão emocional, 53,85% baixa
despersonalização e 52,31% alto eficácia profissional. Identificou-se 20,07% dos discentes com
indicativo de burnout. Na avaliação dos sintomas depressivos verificou-se que 76,92% indivíduos
estão dentro da normalidade, 16,92% com presença de disforia e 6,15% com quadro sugestivo
de depressão. Em relação a personalidade hardiness 51,54% e 54,62% dos discentes são altos
no domínio compromisso e controle, respectivamente, e 50,77% são baixo no domínio desafio.
Identificou-se 19,23% dos discentes com personalidade hardy. Encontraram-se correlações
significativas entre estresse, coping, burnout, sintomas depressivos e hardiness. Conclui-se que
a personalidade hardiness interfere na avaliação do estresse, na utilização das estratégias de
coping na ocorrência de burnout e sintomas depressivos. Os resultados deste estudo poderão
auxiliar a coordenação do curso de enfermagem na avaliação da estrutura curricular, contribuir
com intervenções no cotidiano acadêmico, a fim de torná-lo mais produtivo e menos
desgastante, bem como, minimizar os efeitos do estresse e diminuir o risco de burnout nos
enfermeiros recém graduados, além de oportunizar melhores condições de saúde aos
acadêmicos de enfermagem e futuros profissionais no ingresso ao mundo do trabalho.