Absorção capilar e resistividade elétrica de concretos compostos com cinza de casca de arroz de diferentes teores de carbono grafítico
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2011-12-15Metadatos
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Há, cada vez mais, uma busca de alternativas para reduzir o impacto ambiental na
produção de insumos, como o cimento, que é altamente poluente. Adições minerais têm
sido investigadas como substituições parciais ao cimento no concreto, pois, além de
propiciar o aproveitamento de resíduos industriais, os quais muitas vezes não possuem
destinação específica e são degradantes do ponto de vista ambiental, podem oferecer
melhora nas características de durabilidade do material, conforme verificado em estudos
anteriores. No Brasil, que é um grande produtor de arroz, são geradas anualmente
milhões de toneladas da casca deste cereal, sendo parte dessa utilizada para produção
de energia, em usinas termoelétricas. A cinza da casca de arroz, resultante da queima
da casca, tem sido fonte de pesquisas visando a sua utilização como substituição parcial
ao cimento do concreto. Ainda são poucos os estudos que fazem um comparativo da
influência da viabilidade da utilização da cinza de casca de arroz com diferentes teores
de carbono grafítico (cinza clara e escura), obtidas por queima controlada, frente a
características de durabilidade em concretos. Neste trabalho, misturas contendo
diferentes teores de CCA clara e escura foram investigadas quanto ao desempenho em
concreto estrutural, através dos ensaios de absorção de água por capilaridade, segundo
a NBR 9779:1995 e resistividade elétrica aparente, conforme o método dos quatro
eletrodos (Wenner). Adicionalmente, realizou-se o ensaio de resistência à compressão
axial, de acordo com a NBR 5739:2007. Para isso, foram testadas oito misturas
aglomerantes, investigadas nas relações a/ag 0,35, 0,50 e 0,65: uma composta por
100% de cimento Portland, REF, três com substituição de cimento por CCA clara, em
teores de 10%, 20% e 30%, denominadas 10 CCAC, 20 CCAC e 30 CCAC,
respectivamente, outras três com os mesmos teores de troca de cimento por CCA
escura, identificadas por 10 CCAE, 20 CCAE e 30 CCAE, respectivamente, e uma
mistura com 10% de sílica ativa, 10 SA, para comparação de resultados. O aumento no
prazo de cura e no teor de substituição de cimento por CCA resultou em melhor
desempenho para as propriedades investigadas. Em igualdade de relação a/ag, no
geral, os valores de resistência à compressão foram semelhantes, indiferentemente do
teor de carbono grafítico da CCA. As misturas compostas com CCAE apresentaram
melhor desempenho quanto à absorção capilar, embora superadas pela mistura com
SA. Com relação à resistividade elétrica, a mistura composta com 30% de CCAC
apresentou melhor desempenho em todas as idades de ensaio.